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PolíticaEslovênia

Eleição pode marcar fim do governo de direita na Eslovênia

24 de abril de 2022

Sondagens preveem corrida apertada entre premiê conservador Jansa e ambientalista Golob. Nenhum deles deve obter maioria parlamentar, mas oposicionista teria mais apoio para possível coalizão de governo.

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Eleitores em local de votação. Homem sentado coloca voto na urna
Para oposição eslovena, votação deste domiingo é "referendo pela democracia"Foto: Darko Bandic/AP/dpa/picture alliance

Os eslovenos vão às urnas neste domingo (24/04) em eleições parlamentares marcadas pela disputa entre o primeiro-ministro esloveno, o populista conservador Janez Jansa, e Robert Golob, empresário educado nos EUA que lidera o recém-formado partido ambientalista Movimento da Liberdade (GS).

Pesquisas mostram que Jansa, criticado por Bruxelas por sua medidas avaliadas como prejudiciais ao Estado de direito, provavelmente enfrentará uma dura luta para permanecer no poder, com o GS obtendo 27% em pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta sexta-feira, frente aos 24% para o nacionalista Partido Democrata Esloveno do premiê.

Cerca de 1,7 milhão de pessoas da população de 2,1 milhões da Eslovênia estão aptas para votar nas eleições para o Parlamento de 90 membros. Analistas dizem que nenhum dos partidos deve receber votos suficientes para governar sozinho, tornando altamente provável um governo de coalizão. Em 2004, o país tornou-se o primeiro Estado da extinta Iugoslávia a aderir à União Europeia.

Muitos partidos, dois favoritos

Embora uma série de partidos esteja participando das eleições, pesquisas mostram que a disputa deve focar em uma corrida acirrada entre os partidos de Jansa e Golob. Jansa, de 63 anos, é aliado do primeiro-ministro nacionalista húngaro Viktor Orbán e fã do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

Jansa deposita seu voto na urna com gravata nas cores da bandeira da Ucrânia ao votar
Candidato à reeleição, Jansa usou gravata com cores da bandeira da Ucrânia ao votarFoto: Darko Bandic/AP/dpa/picture alliance

 Ele já foi primeiro-ministro entre 2004 e 2008 e entre 2012 e 2013. Um escândalo de corrupção o forçou a deixar o cargo apenas um ano depois do início de seu segundo mandato. Ele assumiu o poder para um terceiro mandato em 2020, depois da renúncia do primeiro-ministro liberal Marjan Sarec, diante das dificuldades de avançar projetos com um governo de minoria.

Acusação de autoritarismo

Jansa enfrentou protestos desde que assumiu o cargo, com dezenas de milhares acusando-o de autoritarismo. Ele também entrou em conflito com Bruxelas por causa de suas medidas para suspender o financiamento da agência nacional de notícias por mais de um ano e de atrasos na nomeação de promotores para o novo órgão anticorrupção do bloco.

No entanto, ele recentemente se distanciou de Orbán, que também está em desacordo com a UE por preocupações com o Estado de direito, adotando uma postura dura em relação à Rússia por sua invasão da Ucrânia.

Golob, 55 anos, é um político iniciante, que já foi chefe de uma grande empresa de energia. Ele e seu partido GS têm o apoio de vários partidos de oposição de centro-esquerda, dando a ele uma chance maior do que Jansa de formar uma coalizão de governo.

O partido GS tem defendido uma transição para energia verde e desenvolvimento sustentável, em oposição às promessas de estabilidade da Jansa e slogans nacionalistas como "Nós construímos a Eslovênia".

md (AP, AFP)