1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Economia da China cresce 2,3% em 2020, apesar da pandemia

18 de janeiro de 2021

País deve ser o único entre as grandes economias a crescer no ano passado, mas alta do PIB é a menor registrada em mais de quatro décadas. Demanda por máscaras e suprimentos médicos impulsionou exportações.

https://p.dw.com/p/3o4yB
Homem de boné, máscara e roupa branca em uma linha de montagem. Atrás, um carro branco sendo montado.
Após o lockdown do começo do ano, atividades econômicas foram retomadas no segundo trimestre de 2020Foto: picture-alliance/AP Images/Ng Han Guan

Apesar da pandemia de covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 2,3% em 2020 em comparação com o ano anterior, anunciou nesta segunda-feira (18/01) o Departamento Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês).

O crescimento, no entanto, é o menor registrado em mais de quatro décadas, desde que o país comunista começou a implementar grandes reformas econômicas nos anos 1970. Em 2019, o avanço havia sido de 6,1%. 

A alta do PIB chinês em 2020 foi impulsionada sobretudo pelos bons resultados do último trimestre de 2020, quando a economia chinesa cresceu 6,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior, surpreendendo economistas. Para 2021, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um crescimento econômico superior a 8%.

No entanto, de acordo com o comissário da NBS Ning Jizhe, a base para a recuperação econômica da China "ainda não está firme". "Existem muitas incertezas quanto à dinâmica da pandemia, bem como no ambiente externo", afirmou.

O PIB de 2020 totalizou 102 trilhões de yuans (15,6 trilhões de dólares), de acordo com o governo chinês. Isso equivale a cerca de 75% dos 20,8 trilhões de dólares projetados pelo FMI para o PIB dos EUA, que deve encolher 4,3% em relação a 2019. O FMI estima que a China terá cerca de 90% do tamanho da economia dos EUA até 2025.

Demanda por máscaras impulsionou exportações

A recuperação econômica da China foi rápida, após um começo de 2020 difícil. Os primeiros casos oficiais do novo coronavírus foram registrados em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Para conter a disseminação do vírus, fábricas e lojas foram fechadas em um rígido lockdown. Como consequência, a atividade econômica caiu 6,8% no primeiro trimestre de 2020.

Nos três meses seguintes, de abril a junho, já com o coronavírus controlado, a economia foi retomada e cresceu 3,2%. No trimestre de julho a setembro, o incremento da economia se consolidou e o crescimento do PIB foi de 4,9%. 

As exportações do país aumentaram 3,6% no ano passado, apesar da guerra tarifária com os Estados Unidos, impulsionadas pela demanda global por máscaras chinesas e outros suprimentos médicos.

Os últimos dados comerciais do país mostram que somente em dezembro as exportações aumentaram 18,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior. E as importações aumentaram 6,5% no último mês do ano.

Exceção entre grandes economias

A China é uma exceção e deve ser a única grande economia a registrar crescimento em 2020. A economia da Alemanha, a maior da Europa, encolheu 5% em 2020, por exemplo.

Para, Iris Pang, economista do banco ING, ainda é uma questão em aberto quando a China vai conseguir uma recuperação completa, já que, sem estímulos fiscais e monetários do governo, a economia não teria se recuperado tão rapidamente.

Para ela, outro grande obstáculo é que a demanda externa ainda não está totalmente recuperada. Além disso, novas restrições devido a surtos locais de covid-19 também podem prejudicar o crescimento no primeiro trimestre deste ano.

LE/ap/lusa/afp/ots