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Economia alemã e da zona do euro voltam a crescer

30 de abril de 2024

Números do primeiro trimestre de 2024 permitem otimismo cauteloso, com Alemanha dando sinais de possível fim da estagnação econômica. Europa registra melhor performance desde o terceiro trimestre de 2022.

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Linha de montagem com robôs na fábrica da BMW
Alemanha registrou expansão econômica de 0,2% entre janeiro e março, após retração de 0,5% no final de 2023Foto: Sven Hoppe/picture alliance/dpa

A economia da zona do euro deu leves sinais de recuperação no primeiro trimestre de 2024, registrando um crescimento de 0,3 na comparação com o mesmo período do ano anterior, em meio a um alivio do peso inflacionário sobre o consumidor. Os novos números aumentam as esperanças quanto um afastamento definitivo da recessão no bloco europeu.

Ao mesmo tempo, a economia da Alemanha, considerada o "motor" da Europa, deu sinais de que pode estar deixando para trás um período prolongado de estagnação. O país registrou uma expansão econômica de 0,2% entre janeiro e março, após uma retração de 0,5% no final de 2023, segundo dados do Departamento de Estatísticas da Alemanha (Destatis) revelados nesta terça-feira (30/04).

O Destatis avalia que esse crescimento é reflexo da melhora nos setores da construção civil e das exportações. A ressalva, porém, é a queda no consumo doméstico registrada no primeiro trimestre do ano.

A Alemanha vem atravessando um período de pessimismo econômico, enquanto o setor empresarial enfrenta os efeitos da alta da inflação e dos custos de energia, além de elevadas taxas de juros. 

Em 2023, o país caiu em uma leve recessão, com uma queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Agora, com o alívio da inflação e dos custos de energia, essa perspectiva parece ser menos sombria.

Otimismo cauteloso

O analista do banco ING Carsten Brzeski avalia que os novos dados significam que a Alemanha ainda é capaz de crescer. "As palavras 'otimismo' e 'economia alemã' juntas em uma mesa frase têm sido algo raro já há algum tempo", observou.

"No entanto, há algumas semanas, o otimismo vem retornando à economia alemã." Brzeski, porém, alerta que uma alta nos preços do petróleo em razão do conflito entre Irã e Israel, assim como a atual tensão no Mar Vermelho, podem gerar novos entraves à indústria e às exportações.

Ele também advertiu que o aumento dos casos de insolvência podem afetar o mercado de trabalho, apesar de dados recentes apontarem uma estabilidade nos índices de desemprego no país, que se mantêm em 5,9%.

Bons ventos na zona do euro

A região da zona do euro – que inclui 20 países do continente europeu – registrou seus melhores resultados desde o terceiro trimestre de 2022 e uma evolução em relação à retração de 0,1% nos dois últimos trimestres de 2023, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pela Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia (UE).

O desempenho econômico vinha sendo prejudicado pela inflação alta, que minou o poder de compra dos consumidores, e pela alta exponencial nos preços de energia, com o corte no fornecimento de fontes energéticas russas, como o gás natural.

Os bons ventos geraram uma queda nos preços do fornecimento de energia, com a inflação caindo 2,4% em abril. No entanto, a alta recorde das taxas de juros imposta pelo Banco Central Europeu (BCE) no intuito de reduzir a inflação criou novos entraves ao aumentar o custo do crédito para empresas e consumidores.

FMI prevê tendência de crescimento

A França, segunda maior economia da zona do euro, também registrou crescimento de 0,2%. A Espanha teve um dos melhores desempenhos no continente, crescendo 0,7%.

A alta na média geral da zona do euro foi puxada pelo crescimento de 1,1% na Irlanda, onde as estatísticas econômicas são reflexos das corporações multinacionais que estão sediadas no país.

Os dados da zona do euro refletem as expectativas de uma recuperação lenta para este ano. Uma previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgada no início de abril estima que o PIB da região deverá crescer 0,8% em 2024, ou seja, o dobro do ano anterior, atingindo 1,5% em 2025.

rc (Reuters, DPA, AFP, AP)