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Dinamarca encerra investigação sobre explosão no Nord Stream

Publicado 7 de fevereiro de 2024Última atualização 26 de fevereiro de 2024

Após decisão semelhante na Suécia, país alega falta de base jurídica para levar caso aos tribunais, mas fala de "sabotagem deliberada" de gasodutos russos que abasteciam a Europa. Investigação continua na Alemanha.

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Vista aérea do mar, com água borbulhando após uma explosão
Explosões submarinas danificaram os gasodutos Nord Stream 1 e 2Foto: NDR

Menos de um mês após a Suécia anunciar o encerramento da investigação sobre as explosões que danificaram os gasodutos russos Nord Stream 1 e 2, em setembro de 2022, as autoridades da Dinamarca anunciaram nesta segunda-feira (26/02) que fariam o mesmo, argumentando que, embora se trate de um caso de "sabotagem deliberada", não há base jurídica para levá-lo adiante nos tribunais.

"A investigação levou as autoridades a concluírem que houve sabotagem deliberada dos gasodutos. No entanto, estima-se que não há base suficiente para realizar um processo criminal na Dinamarca", consta de um comunicado conjunto da polícia e dos serviços de inteligência do país (PET), segundo o qual não haverá mais explicações sobre a decisão.

A causa das explosões é desconhecida, mas acredita-se que elas tenham sido fruto de um ato de sabotagem – da parte de quem, porém, permanece um mistério.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, criticou a decisão dinamarquesa. "Por um lado, reconhecem que se trata de uma sabotagem deliberada e, por outro, decidem não continuar a investigação. Não pudemos participar da investigação, nem podemos receber qualquer informação agora."

A Rússia responsabiliza países "anglo-saxônicos" pelo dano causado aos gasodutos submarinos, aludindo à oposição dos Estados Unidos ao projeto. 

Suécia alega falta de jurisdição

Alegando falta de jurisdição sobre o caso, a Procuradoria da Suécia já havia anunciado em 7 de fevereiro o encerramento da investigação sobre os danos aos gasodutos que abasteciam a Europa com gás russo.

O argumento é de que não foram encontradas evidências de uso do território do país ou de envolvimento de cidadãos suecos num suposto ataque.

Mas, ao contrário das autoridades suecas, que forneceram várias atualizações sobre o caso através do procurador responsável, as autoridades dinamarquesas permaneceram em silêncio durante todo o ano e meio em que a investigação preliminar esteve em curso. 

Apesar de ter encerrado suas apurações, a Suécia disse que compartilharia evidências com a procuradoria alemã; esta, por sua vez, não quis comentar as investigações em andamento. 

"O governo [alemão] continua muito interessado no esclarecimento do ato de sabotagem", afirmou uma porta-voz.

Explosões em gasoduto ainda são um mistério

Os gasodutos Nord Stream já eram pivô de tensões políticas antes mesmo de serem danificados. A Europa, altamente dependente do gás de Moscou, impôs sanções à Rússia após o país invadir a Ucrânia, em fevereiro de 2022. Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, suspendeu o envio de gás para vários países europeus.

Em 26 de setembro de 2022, explosões submarinas foram registradas próximo à ilha dinamarquesa de Bornholm, no Mar do Norte. Autoridades suecas, alemãs e dinamarquesas afirmaram posteriormente ter encontrado vestígios de explosivos em um veleiro suspeito de ter sido usado para provocar as explosões.

Ucrânia, Rússia e Estados Unidos foram apontados como responsáveis pelo caso – todos negam qualquer papel no episódio.

Nord Stream 1 abastecia a Europa desde 2011 com gás. O segundo gasoduto, o Nord Stream 2,  aguardava à época um processo de licenciamento para entrar em operação, o que acabou não acontecendo devido à invasão russa da Ucrânia.

ra/as (AFP, AP, DPA, DW, Efe, Reuters)