Dilma propõe plebiscito sobre eleição antecipada
16 de agosto de 2016A presidente afastada Dilma Rousseff divulgou nesta terça-feira (16/08) uma carta aos brasileiros e aos senadores se comprometendo, caso seja absolvida no julgamento do processo de impeachment, a promover um plebiscito sobre uma eleição presidencial antecipada e reforma política.
"Estou convencida da necessidade e darei meu apoio irrestrito à convocação de um plebiscito, com o objetivo de consultar a população sobre a realização antecipada de eleições, bem como sobre a reforma política e eleitoral", diz o documento. "A população deve decidir qual é o melhor caminho", afirmou Dilma em pronunciamento à imprensa, no qual leu o documento.
Ela reiterou ainda a ausência de um crime legal para o seu afastamento, insistiu em sua inocência e voltou a chamar o processo de golpe de Estado. "Precisamos fortalecer a democracia no nosso país. Para isso, será necessário que o Senado encerre o processo de impeachment em recurso reconhecendo diante das provas irrefutáveis que não houve crime de responsabilidade. Sou inocente", declarou.
Dilma defendeu uma reforma política que aumente o poder dos eleitores, diminua a fragmentação de partidos, moralize financiamentos de campanha e fortaleça a fidelidade partidária. Dilma se comprometeu também a manter políticas sociais, gerar empregos, investir em saúde, educação, moradia e mobilidade urbana.
"Desde o início do meu segundo mandato, medidas, ações e reformas necessárias para o país enfrentar a grave crise econômica foram bloqueadas e as chamadas pautas bomba foram impostas sobre a lógica irresponsável do quanto pior melhor", afirmou a presidente afastada, sem nomear os acusados.
"Foram feitos esforços para desgastar o governo, pouco importando os resultados danosos para a população", ressaltou.
A presidente afirmou ainda ter orgulho de ser a primeira mulher eleita presidente do Brasil. "Tenho orgulho de dizer que nesses anos exerci meu mandato de forma digna e honesta. Honrei os votos que recebi", acrescentou.
A carta foi divulgada dez dias antes de o Senado iniciar a fase final do processo de impeachment que pode acabar com a destituição de Dilma. A presidente foi afastada de suas funções no dia 12 de maio, quando a Casa instaurou o processo.
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