Dia do Orgulho Gay de Berlim: United in Love
CSD retorna à capital alemã sem restrições da pandemia, após dois anos. Cerca de 500 mil LGBTQIs abordam temas políticos atuais, não esquecendo de se divertir e "aparecer" – muito!
Berlim é de todas as cores
"Unidos/as no Amor – Contra ódio, guerra e discriminação" é o slogan do Dia do Orgulho Gay – ou CSD, Christopher Street Day, como é chamado na Alemanha. Neste 23 de julho de 2022, cerca de meio milhão de LGBTQIs e suas/seus aliadas/os se reúnem em Berlim em nome da aceitação social e da diversidade.
Sob a bandeira da diversidade
Pela primeira vez num CSD, também a sede do Bundestag, o parlamento federal alemão, ostenta a bandeira do arco-íris. Como anunciou em videomensagem a presidente do órgão legislativo, a social-democrata Bärbel Bas, desse modo se ergue uma "bandeira pela tolerância e diversidade". E fica visível para todos que "gays, lésbicas, bi-, trans- e intersexuais são uma parte valiosa do nosso país".
Até que enfim: festa!
Após um ano sob severas restrições para reuniões em massa, em 2022 toda a cena queer e seus simpatizantes, os "queer allies", podem se reunir de forma, relaxados e irrestritos, na Parada do Orgulho Gay da capital alemã. Antes do começo do desfile, os participantes se concentram num clima de verão e sob um sol radiante.
Tudo começou em Stonewall
O nome Christopher Street Day se refere à rua de Nova York onde, em 28 de junho de 1969, corajosos membros da comunidade queer foram às ruas para reagir contra os abusos policiais num bar onde se reuniam, o Stonewall Inn. Os indivíduos de cor eram as principais vítimas das batidas violentas e arbitrárias nos locais gays.
1979: primeiro CSD de Berlim
Em grande parte do mundo a data é comemorada como Gay Pride, ou Dia do Orgulho Gay. Dez anos após a revolta de Stonewall, homossexuais de ambos os sexos desfilaram pela primeira vez em Berlim Ocidental, sob os lemas "Conte para o mundo que você é gay" e "Lésbicas, ergam-se, e mundo vai ver quem vocês são!". Em 1979 eram apenas 400 participantes; 40 anos mais tarde são mil vezes mais.
Sob as asas da Vitória
Como de praxe, a Parada do Orgulho Gay atravessa vários sub-bairros – ou "kieze" – de Berlim, como a Leipziger Strasse, a praça Potsdamer Platz e o tradicional "Regenbogenkiez", o "Bairro do Arco-Íris", em Schöneberg. E de lá, para o Portão de Brandemburgo, passando pela rotunda Grosser Stern, com a Siegessäule, a Coluna da Vitória, ao centro.
Novos recordes
Em 2022 cadastraram-se para participar do desfile 96 caminhões e 80 blocos a pé: segundo os organizadores, um recorde absoluto na história do Christopher Street Day. Abrindo a carreata, cinco veículos da Associação CSD chamam a atenção para as temáticas centrais do evento.
Megafone para temáticas políticas
Temas como crime e discurso de ódio, educação e esclarecimento, trabalho e diversidade, famílias arco-íris, espaços reservados trans, inter e outros, solidariedade internacional e a Copa do Mundo de Catar constam da agenda política do CSD de Berlim.
Plumas, paetês, suor e imaginação
Mas nem tudo pode ser política e seriedade numa Parada do Orgulho Gay: afinal, para muitos, trata-se, acima de tudo, de um evento para se divertir e brilhar. Cada fantasia é mais exuberante excêntrica do que a outra, muitas vezes fabricadas em longo e meticuloso trabalho à mão. Mas vale a pena: a recompensa vem na hora de posar para as câmeras.
Ameaça da varíola dos macacos
Embora em 2022 não haja mais restrições ditadas pela pandemia de covid-19, o tema saúde permanece presente. Os organizadores do CSD estão alarmados com o aumento dos casos de varíolas dos macacos, e advertem sobre o risco dos contatos corporais indiscriminados. Preservativos não oferecem proteção suficiente.