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Deutsche Bank vai pagar US$ 75 milhões a vítimas de Epstein

18 de maio de 2023

Banco alemão fecha acordo para encerrar processo judicial que o acusava de ter se beneficiado com esquema de tráfico sexual de Jeffrey Epstein. Magnata americano manteve conta na instituição por cinco anos.

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Fachada da agência do Deutsche Bank em Nova York
Epstein foi cliente do Deutsche Bank de 2013 a 2018Foto: John Nacion/STAR MAX/IPx/picture alliance

O banco alemão Deutsche Bank concordou em pagar 75 milhões de dólares para encerrar um processo judicial que acusava a instituição financeira de ter se beneficiado com o esquema de tráfico sexual do milionário americano Jeffrey Epstein.

A ação foi movida em novembro de 2022 por um grupo de mulheres que dizem ter sido abusadas por Epstein. Elas afirmam que o Deutsche Bank estava ciente de que o americano movimentava suas contas bancárias para promover sua atividade de tráfico sexual e, ainda assim, continuou a fazer negócios com ele, o que facilitou a série de abusos.

O acordo, revelado pelo jornal americano Wall Street Journal nesta quarta-feira (17/05), ainda precisa ser aprovado por um tribunal. Citando fontes a par do assunto, o veículo informou que o banco alemão não admitiu no acordo qualquer irregularidade.

O porta-voz do Deutsche Bank, Dylan Riddle, se recusou a comentar o caso, mas se referiu a um comunicado de 2020 em que o banco admitiu o erro de manter Epstein como cliente.

"Reconhecemos nosso erro ao integrar Epstein em 2013 e as fraquezas de nossos processos, e aprendemos com nossos erros e falhas", afirmou o Deutsche Bank em julho de 2020.

David Boies, um dos advogados das vítimas, disse em nota que os abusos de Epstein "não poderiam ter acontecido sem a colaboração e o apoio de muitos indivíduos e instituições poderosas". "Agradecemos a disposição do Deutsche Bank de assumir a responsabilidade por seu papel", acrescentou.

Impacto em outros processos

Epstein permaneceu cliente do Deutsche Bank de 2013 a 2018 e cometeu suicídio na prisão em agosto de 2019, enquanto aguardava seu julgamento.

Antes do Deutsche Bank, ele foi cliente do americano JPMorgan Chase de 1998 a 2013, período em que supostamente promoveu tráfico sexual de ainda mais meninas menores de idade.

O acordo com o Deutsche Bank pode ter um impacto sobre o JPMorgan Chase, que enfrenta processos semelhantes e ainda maiores – incluindo ações movidas por vítimas de Epstein e pelas Ilhas Virgens Americanas, onde o magnata tinha uma casa.

O JPMorgan Chase não apenas tem negado as acusações, como também abriu seu próprio processo contra um ex-executivo por seus laços estreitos com Epstein.

ek (AFP, Reuters)