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Descoberto o que pode ser mais antigo fragmento do Alcorão

22 de julho de 2015

Testes indicam que manuscrito pertencente ao acervo da Universidade de Birmingham tem ao menos 1.370 anos e remete à época de Maomé. Trechos do livro sagrado do islã podem ser os mais antigos de que se tem conhecimento.

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Foto: picture-alliance/dpa/Birmingham University

A Universidade de Birmingham, no Reino Unido, anunciou nesta quarta-feira (22/07) ter descoberto fragmentos do Alcorão que podem ser os mais antigos do mundo, com ao menos 1.370 anos de idade.

O manuscrito estava há pelo menos cem anos arquivado numa coleção de livros e documentos do Oriente Médio da biblioteca de pesquisas Cadbury, da Universidade de Birmingham, sem que sua importância fosse percebida. Os fragmentos estavam junto com páginas de um manuscrito similar que não era tão antigo.

Segundo a universidade, um teste de datação por radiocarbono indicou que o manuscrito é de uma época próxima à do profeta Maomé, que se acredita ter vivido de 570 a 632. A análise feita pela Unidade de Acelerador de Radiocarbono da Universidade de Oxford revelou que os fragmentos foram escritos em pele de ovelha ou de cabra e que podem ser os mais antigos do Alcorão de que se tem conhecimento.

"Descobrir que tínhamos um dos fragmentos mais antigos do Alcorão em todo o mundo foi emocionante", disse a diretora de coleções especiais da Universidade de Birmingham, Susan Worrall. De acordo com os testes, a probabilidade de que o material tenha sido escrito entre os anos de 568 e 645 é de 95%, o que o situa no período inicial do islã.

"Segundo a tradição muçulmana, o profeta Maomé recebeu as revelações que formam o Alcorão entre os anos 610 e 632, o ano de sua morte", afirma David Thomas, professor de Cristianismo e Islã da Universidade de Birmingham. "A pessoa que o escreveu pode muito bem ter conhecido o profeta e escutado suas pregações."

RC/efe/ap