DEPOIMENTOS DOS USUÁRIOS
26 de janeiro de 2005
Lendo a página da DW-WORLD, voltei-me para os idos dos anos 44/45. Eu era ainda uma criança, mas já havia despertado em mim o amor à pátria e à liberdade dos povos. Que poderia entender uma criança que estava iniciando a sua adolescência? Com apenas 11 anos de idade na época? Tinha medo, é verdade, e naquela época eu colecionava o jornal e acompanhava toda a movimentação das tropas aliadas na Europa, acompanhava ambas as partes e, àquela criança, restava apenas torcer, como se torce para um time de futebol, e a tudo o que perguntassem sobre a hecatombe que proliferava no continente europeu, ela respondia com conhecimento de causa.
Lembro-me também que, em certa ocasião, eu pedi ao meu pai que queria ir para a guerra. Passava pela cabeça daquela então criança um sentimento de liberdade dos povos. Não era admissível tanta barbárie, via as fotos dos confinados nos campos de concentração nazista e sentia que aquilo não poderia jamais acontecer, eram seres humanos jogados ao caos como simples animais, como objetos descartáveis que já não servem para nada, sentia-me enojado. Havia dentro daquela criança um sentimento surdo de revolta, ao mesmo tempo em que sentia todo o peso, como se ela fosse a culpada, por ver-se impotente em não poder participar na libertação daqueles povos.
Já em 1945, quando do fim da Segunda Guerra Mundial, exatamente quando na minha cidade foi anunciado o seu fim, e isto foi por volta das 19 horas aproximadamente, eu estava na fila de frente, empunhando minha bandeirinha pelas ruas da cidade, a festejar a grande vitória das tropas aliadas. Lembro-me, como se fosse hoje, que o povo queria que repicassem os sinos da velha catedral, eu estava lá, eu fazia parte do povo, mas o vigário da época, de origem italiana se não me falha a memória, impedia que isso acontecesse. Começou então a pancadaria na porta principal e ela foi aberta, e os sinos repicaram a vitória, a grande vitória que custou milhares de vidas.
Mas vamos à resposta à pergunta: “Qual o significado que o final da Segunda Guerra tem para você?”. Eu responderia sem pestanejar que representa o final da maior estupidez que o mundo já vivenciou, representa que o mal jamais será o vencedor se todos os povos se unirem pela paz, respeitando-se entre si as nações, trabalhando todos para que cheguem a uma igualdade de ideais construtivos em beneficio de todos os povos da Terra. Representa finalmente que, se alguma nação ainda pensa em se levantar para que seja a hegemônica diante do restante das nações, se essa nação entender ser a dominadora sobre a vontade soberana dos povos impondo seus ideais escravagistas, que pense duas vezes antes de pôr suas idéias em prática.
Serviu a lição, serviu para acordar aqueles que ainda dormiam, que todo ser humano deve ser respeitado em sua integridade, em sua dignidade.
Tiberani de O.Costa – Sorocaba (SP)
A Segunda Guerra Mundial foi um grande marco, no que diz respeito aos acontecimentos e conseqüências que trouxe para a humanidade e gerações pós-guerra. Adolf Hitler, com o nazismo que causou a matança de milhões de judeus, foi o maior exemplo de perseguição e racismo que o mundo já vivenciou.
Antes do fim da guerra muitos alemães vieram para o Brasil, inclusive meu bisavô, que ajudou a fundar uma cidade no Estado do Paraná. Em suma, a imigração de alemães para vários países, no meu caso para o Brasil, foi uma das principais conseqüências do fim da Segunda Guerra.
Rosaura – Joinvile (SC)
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Eu sou descendente de alemães e vivenciei desde que nasci a cultura alemã, graças à forte influência da família do meu pai. Meus avôs, por exemplo, falavam somente alemão em sua colônia no interior do Sul do Brasil, e até hoje têm forte sotaque no português.
Todos os brasileiros têm muito orgulho da participação do Brasil na Segunda Guerra contra a Alemanha. Mas a verdade é que o Brasil esteve muito perto de ter aderido ao lado do Eixo, só aconteceu o contrário porque os Estados Unidos exerceram muita pressão contra isso. Apesar disso, em razão do nacionalismo do governo, as famílias dos meus avós foram perseguidas durante a guerra e foram proibidas de expressar a cultura alemã e de falar a única língua que conheciam. Mas os alemães, assim como os italianos, já tinham um amor muito forte pelo Brasil e isso ajudou-os a não sofrer torturas ou algo parecido.
Eu não vivenciei essa guerra, porém sou um apaixonado por toda sua história incrível, mesmo sendo tão cruel. Eu já li vários livros, várias matérias, acompanho tudo o que passa pela televisão e conheço muita coisa realmente, desde razões e causas, batalhas até as conseqüências cruéis. Mas a Segunda Guerra só serviu para que a minha admiração pela Alemanha aumentasse, um país que se unificou bravamente, que foi traído e humilhado na Primeira Guerra, que se reconstruiu incrivelmente e que, comandada por um austríaco, seguiu novamente o caminho negro da guerra. Foi completamente arrasada e destruída e novamente pela força desse povo bravo e incrivelmente forte que até a reunificação conseguiu manter sua cultura, se tornou novamente uma potência.
E é por isso que eu tenho muito orgulho das minhas raízes germânicas e amo a minha nacionalidade brasileira. Tive a sorte de nascer no país mais lindo do mundo e de ter herdado as características de um povo forte, pacífico e alegre. Com certeza, quando tiver oportunidade de viajar à Europa, vou para a Alemanha conhecer esse país fantástico, que mesmo sem conhecê-lo está em meu coração.
O fim da Segunda Guerra Mundial significa o fim da crueldade nazista e uma nova era para a Alemanha, uma era pacífica e progressista. Já o mundo não conseguiu entender e ainda hoje a guerra é praticada e pessoas morrem por interesses econômicos em pleno século 21.
André Brant – Florianópolis (SC)
A Segunda Guerra Mundial, que arrasou a Alemanha mas a tornou mais conhecida que nunca, deixou profundas feridas que ainda não cicatrizaram. Se, por um lado, a situação que a Alemanha viveu antes dela, sob o império das condições humilhantes do Tratado de Versalhes, os anos que a sucederam foram certamente os mais difíceis – o país dividido, ocupado, julgamentos unilaterais, a história escrita sob o ponto de vista do vencedor certamente abalaram a auto--estima das pessoas. Muitos emigraram, outros tinham vergonha de ser alemães. As lições que ficaram jamais serão esquecidas. Embora a história e o destino da Alemanha sempre hajam convivido com as guerras, aprendeu-se que a prudência é a melhor conselheira. Também aprendeu-se a melhor escolher os amigos e parceiros, mas a maior lição que a Alemanha deu ao mundo foi a da sua capacidade de ressurgir das cinzas como a Fênix grega, sendo hoje uma das maiores economias do mundo e um dos melhores países para se viver....
A Alemanha de hoje é um motivo de nós, seus descendentes, nos orgulharmos de ter um pouco dela em nós mesmos, trazido e mantido por nossos antepassados e hoje vivido por nós. Mesmo que as vicissitudes da vida não nos permitam a alegria de um dia poder pisar seu solo, nós a amamos e a cultuamos. Que o século em que vivemos seja de paz e evolução para a grande Alemanha!!!
João Rode Gonçalves – Camboriú (SC)
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O fim da Segunda Guerra Mundial representou para mim o surgimento da paz e de grandes mudanças na Europa e no mundo. Guerra só traz mortes, prejuízos e desgraças. Qualquer fim de guerra tem um significado muito positivo e marcante na vida de qualquer sociedade, nação ou continente. Guerra é sinônimo de destruição e tragédia.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo e os povos respiraram outros ares, ou seja, liberdade, paz, harmonia e bom senso. O mundo reergueu-se depois da Segunda Guerra Mundial de uma forma expansiva e afirmativa. Com o fim da guerra, a paz predominou e deixou de existir a síndrome de Hitler.
Não estava vivo naquela época, mas li livros sobre o assunto. Quando era adolescente, meus pais comentavam muito comigo sobre a Segunda Guerra Mundial, além de meus professores de História. Minha cidade, Natal (RN) serviu como base americana. Inclusive na época recebemos muitos americanos, que até hoje nos deixaram influências de sua cultura nos nossos costumes. A presença americana em Natal ocorreu por seu ponto estratégico, foram construídos um aeroporto militar, uma ponte, casas, bases e clubes. Entre nossa população na época, existia um medo muito grande de que fôssemos atingido por armas ou que entrássemos diretamente no conflito. Inclusive com o fim da guerra, Natal recebeu o nome de “Trampolim da Vitória”.
Para minha vida particular, o fim da guerra representou um alívio e uma paz interior. Existia o medo de que o pensamento de Hitler, sua discriminação contra raças e seu fanatismo pudessem invadir e dominar o mundo. Isso só ia trazer mortes, violência e desgraças. A humanidade precisa estar em paz, em equilíbrio e em liberdade. Havendo esse ajuste, o amor e a felicidade tomarão conta de todos. As conseqüências de uma guerra são terríveis e avassaladoras para todos nós. O fim da Segunda Guerra Mundial também impediu a expansão geral desse terrível conflito, que poderia ter conseqüências incalculáveis. Com o fim da guerra a tranqüilidade reinou e as ameaças acabaram. A guerra traz medo, pois nunca se sabe que armas, que estratégias e o que resultará desse drama. Peço encarecidamente que Deus e o bom senso do homem interfiram e que nunca mais tenhamos momentos tão marcantes tragicamente na história do mundo.
Henrique José Dantas Felinto – Natal (RN)
Eu não vivenciei o fim da Segunda Guerra Mundial, pois nasci em 10 de Agosto de 1971, mas hoje, aos 33 anos de idade, posso colocar o significado para mim do fim da Segunda Guerra Mundial. Pois existem fatos que marcaram épocas e etapas; e um desses fatos é a Segunda Guerra Mundial. É claro que, para entender a Segunda Guerra Mundial, é preciso saber que um dos fatos que provocou a Segunda Guerra Mundial, na minha opinião, foi o rancor e o ódio que ainda se guardava da Primeira Guerra. A Segunda Guerra Mundial foi com certeza o conflito mais sangrento e também o maior conflito armado que o mundo já presenciou. A Segunda Guerra Mundial deu encerramento a uma fase para dar início à fase que estamos vivendo neste momento. Ou seja, foi um fato que marcou uma época.
A organização do mundo e as relações internacionais foram também modificadas com o final da Segunda Guerra Mundial, fazendo com que a economia capitalista vivesse uma fase de expansão. Na década de 70 e início dos anos 80, essa prosperidade foi abalada pela crise do petróleo, o que provocou recessão e inflação nos países do Primeiro Mundo. Foi também nos anos 70 que se desenvolveram novos métodos e técnicas na produção e começou o processo de automação, robotização e terceirização que aumentou a produtividade e reduziu a necessidade de mão-de-obra. O dinheiro dos investimentos começou então a circular para além de fronteiras nacionais, buscando melhores condições financeiras e maiores mercados. Grandes corporações internacionais passam a liderar uma nova fase de integração dos mercados mundiais: a chamada “globalização da economia“. Uma nova ordem econômica estruturou-se em torno de outros centros do poder: os EUA, a Europa e o Japão. Em torno destes centros organizaram-se os principais blocos econômicos, que facilitam a circulação de mercadorias e de capitais.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, vejo que o mundo se desenvolveu, países se unificaram para o bem comum, a economia mundial cresceu, e tudo isso me faz ter a certeza de que a Segunda Guerra Mundial somente deixou muito sangue derramado, mortes, sofrimento e paralisou todo o mundo.
Ana M. Bittencourt da Costa – Aparecida (SP)