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Curingas fazem o parto da "seleção Klinsmann"

(gh)15 de junho de 2006

Odonkor e Oliver Neuville garantem a vitória da Alemanha sobre a Polônia, calam a boca de críticos, conquistam o coração da torcida e as manchetes da mídia alemã.

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Neuville e Odonkor, dupla decisiva no jogo contra a PolôniaFoto: AP

Eles não são de falar muito, mas desde o apito final do jogo Alemanha x Polônia (1 a 0), na noite desta quarta-feira (14/06) em Dortmund, já deram mais entrevistas do que normalmente dão em toda uma temporada da Bundesliga.

Os atacantes David Odonkor e Oliver Neuville são festejados nesta quinta-feira como novas estrelas da "seleção Klinsmann". Uma seleção que, segundo a revista Der Spiegel, nasceu no gol marcado nos acréscimos, uma co-produção dos dois curingas que levou a torcida alemã ao delírio em Dortmund.

A poucos segundos do apito final, o jovem Odonkor, jogador mais veloz da Bundesliga, cruzou da direita e, na entrada da pequena área, Neuville foi mais rápido do que a zaga polonesa e empurrou a bola para o fundo das redes.

"Um pouco de sonho"

O que passou pela cabeça dos dois atores do lance "foi um pouco de sonho. Não sei nem como descrever essa sensação. Mas o mais importante foi que minha família estava no estádio", disse Odonkor, talento forjado no Borussia Dortmund.

Depois do jogo, os dois quase foram "esmagados" pelos abraços dos companheiros de equipe e curtiram visivelmente o momento de glória. "Foi o gol mais importante que já marquei. Foi um momento muito emocional, que proporcionou uma sensação incrível", declarou Neuville, que joga no Borussia Mönchengladbach.

WM 2006 - Deutschland - Polen - Oliver Neuville
Neuville comemora o gol que levou os alemães ao delírio em DortmundFoto: AP

O gol contra a Polônia abafou as críticas feitas a Klinsmann pela surpreendente convocação do veterano Neuville – com 33 anos, o jogador mais idoso da equipe alemã – e do inexperiente Odonkor (22), que nunca antes havia integrado a seleção anfitriã e "roubou" a vaga do carioca Kuraniy.

"Conhecíamos o forte deles. Antes de colocá-los em campo, esperávamos até que fossem dar ainda mais velocidade ao jogo. Esse momento de surpresa também foi necessário para nós", disse Klinsmann nesta quinta-feira.

Ballack também confirmou a importância dos curingas para a seleção. "Com sua velocidade, Odonkor é uma absoluta vantagem para nós", afirma o capitão alemão. "É bom que tenhamos essa arma", emenda o meia Frings.

Segundo Ballack, também Neuville faz um trabalho muito bom. "Ele é rápido, leva perigo ao gol e cava faltas", diz. Enquanto Odonkor se contenta com uma vaga no banco, não se descarta que Neuville passe a ambicionar uma vaga de titular.

De olho numa vaga de titular

Embora diga que está satisfeito com seu papel atual, Neuville, que já atuou 57 vezes pela seleção (nove gols), mas só duas vezes nos 90 minutos, adverte: "Não existe uma lei que determine a titularidade indiscutível de Klose e Podolski. Num torneio como este, muita coisa pode acontecer".

Ele lembra o que aconteceu na Copa de 2002 na Coréia do Sul e no Japão. "Antes do Mundial, eu era o atacante número 1. Depois do terceiro jogo, de repente, estava sentado no banco de reservas." No próximo jogo da Alemanha, contra o Equador no dia 20, ele começará novamente no banco. "Espero a minha chance", avisa.