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Correspondentes vêem futuro incerto para Alemanha

Oliver Ilan Schulz (ca)19 de setembro de 2005

DW-WORLD perguntou a correspondentes estrangeiros no país o que pensam do resultado das eleições.

https://p.dw.com/p/7Byf
Foto: dpa zb

Os correspondentes da mídia internacional entrevistados pela DW-WORLD acham que o resultado da eleição representa um grande obstáculo para as reformas necessárias na Alemanha.

Estados Unidos

Tom Goeller, do diário conservador Washington Times:

"O resultado eleitoral é uma surpresa. Apostei na coalização CDU/CSU e Partido Liberal (FDP), e achava que era hora da mudança. Agora a maioria é de esquerda, o que mostra o sucesso de Schröder em provocar medo na população. Na Alemanha, aparece todos os dias, em parte da mídia, a palavra medo. Os alemães estão sempre com medo, eles têm medo de que o Portão de Brandemburgo vá explodir, eles têm medo de ter que gastar mais dinheiro. Há três anos, o problema foi o Iraque, com o qual os alemães não tinham nada que ver. Desta vez, foi uma mistura: uma má campanha da CDU e uma boa reação por parte do SPD. Os alemães têm com Schröder um caso de amor, embora o que ele lhes comunica raramente corresponda à realidade. Schröder seria um novo Shakespeare – da forma como eles gostam."

Rússia

Dimitri Pogorzhelskiy, da televisão NTW:

"O resultado foi catastrófico para a coalizão CDU/CSU. Os liberais ganharam as eleições, porém eles cavaram a própria cova ao rejeitar uma coalizão com os verdes e o SPD. Quem realmente saiu ganhando foi o Partido de Esquerda. Na Rússia, todos apostam em uma grande coalizão entre o SPD e a CDU. Entretanto, talvez haja novas eleições em dois anos e então vamos ter somente uma chanceler federal, ou seja, Angela Merkel."

Reino Unido

Roger Boyes, correpondente do diário The Times:

"A situação é completamente confusa. Ela é resultado direto do medo que os alemães têm de sofrer com reformas radicais, por isso escolheram o mal menor e preferiram Schröder a Kirchhof, com quem a população associava o novo governo, mais até que com Merkel. Mesmo que ela se torne chanceler federal, este foi um resultado péssimo."

França

Antoine Jacob, correspondente do jornal Le Monde:

"Estou tão surpreso com o resultado das eleições quanto os representantes dos próprios partidos, com quem falei há pouco. O resultado me faz lembrar a 4ª República na França (de 1946 a 1956): nas noites após as eleições, nunca se sabia quem iria reger o país. Se houver uma grande coalizão, pode-se compará-la com o convívio entre o premiê de esquerda Jospin e o presidente conservador francês Chirac nos anos entre 1997 e 2002. Na minha opinião, da mesma forma como o ex-chefe de governo Schmidt, o chanceler federal Schröder está mais próximo dos liberais do que do Partido de Esquerda."

Turquia

Yagmur Atsiz, colunista do jornal conservador Tercüman:

"Se no começo parecia ruim para o SPD, era porque os eleitores pensavam que eles iriam ser prejudicados com as reformas neoliberais dos social-democratas. Com o tempo, as pessoas se convenceram de que elas iriam sofrer bem mais com as reformas do programa da CDU. Como jornalista turco, tenho que dizer algo sobre a entrada da Turquia na União Européia: quando a Turquia preencher todos os requisitos para ser aceita como membro efetivo da União Européia, esta adesão vai acontecer, mesmo que Angela Merkel tivesse vencido com ampla maioria."