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PolíticaCoreia do Norte

Coreia do Norte diz ter lançado um míssil hipersônico

6 de janeiro de 2022

País anuncia o que seria um segundo teste com esse tipo de projétil, cuja queda no mar fora detectada por Tóquio e Seul. EUA e Alemanha dizem que ação viola compromissos internacionais.

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Míssil sendo disparado
Foto divulgada pela agência estatal norte-coreana do que Pyongyang diz ser um míssil hipersônicoFoto: YONHAPNEWS AGENCY/picture alliance

A Coreia do Norte afirmou nesta quinta-feira (06/01) que realizou "com sucesso" um segundo teste de um míssil hipersônico, o que parece indicar que o país asiático continuará com seus planos de modernização de seus arsenais nucleares e de mísseis.

O míssil testado na quarta-feira estava carregado com uma "ogiva hipersônica deslizante" que, segundo a agência de notícias estatal coreana KCNA, "atingiu com precisão um alvo a 700 quilômetros de distância".

Este é o segundo teste relatado até agora por Pyongyang com este tipo de projétil -- após um que teria sido realizado em setembro. O míssil seria mais rápido, ágil e difícil de ser interceptado por sistemas de defesa aérea.

A KCNA anunciou que o disparo "reconfirmou o controle de voo e a estabilidade do míssil na fase de voo ativo e avaliou o desempenho da nova técnica de movimento lateral aplicada à ogiva hipersônica".

“Os sucessivos testes de lançamento no setor de mísseis hipersônicos são de importância estratégica”, acrescentou a agência.

A afirmação da Coreia de Norte de um teste bem-sucedido com um míssil hipersônico não foi confirmada de forma independente.

Na quinta-feira, o ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi, disse à mídia japonesa que o míssil não era hipersônico, mas um "novo tipo de míssil balístico" não lançado antes pela Coreia do Norte.

Preocupação em Seul e Tóquio

A Coreia do Sul e o Japão anunciaram nesta quarta-feira a detecção de um lançamento de míssil balístico da Coreia do Norte, que caiu nas águas a leste da Península Coreana.

Este lançamento, que segue uma série de testes de armas conduzidos entre setembro e outubro pelo país com arsenal nuclear, foi rapidamente criticado por Seul, Tóquio e Washington.

O gabinete presidencial sul-coreano expressou "preocupação" após uma reunião de emergência, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que a ação foi "realmente lamentável".

Armas mais rápidas

Os mísseis hipersônicos são a inovação mais recente no programa nuclear e de armas da Coreia do Norte, intensamente incentivado sob o governo de Kim Jong-un, apesar das sanções internacionais.

Uma das características desses projéteis é que eles podem viajar a uma velocidade cinco vezes maior que a do som, limite conhecido como Mach 5. A agência KCNA não detalhou a velocidade alcançada pelo míssil lançado na quarta-feira.

Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas banem todos os testes nucleares e de mísseis balísticos pela Coreia do Norte, e sanções foram impostas por causa dos programas militares do país.

Críticas de Washington e Berlim

"Este lançamento viola várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa uma ameaça aos vizinhos da Coreia do Norte e à comunidade internacional", disse um porta-voz do Departamento de Estado americano.

O diálogo entre os EUA e a Coreia do Norte estagnou depois que as negociações em 2019 entre o líder Kim Jong-un e o então presidente Donald Trump fracassaram.

O governo do sucessor de Trump, Joe Biden, declarou repetidamente sua disposição de se reunir com representantes norte-coreanos, dizendo que buscaria a desnuclearização.

No entanto, Pyongyang até agora se recusou a aceitar, acusando Washington de buscar políticas "hostis".

Um porta-voz do Ministério do Exterior alemão disse nesta quinta-feira que Berlim "condena veementemente o teste de um míssil balístico pela Coreia do Norte".

O ministério disse que o teste constitui uma séria violação das obrigações internacionais da Coreia do Norte e "põe em risco à estabilidade e à segurança internacional e regional".

A Alemanha reiterou os apelos para que Pyongyang aceite as ofertas de negociações de Washington e Seul e respeite suas obrigações em relação ao direito internacional.

md (Reuters, AP, AFP, DPA)