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ConflitosIsrael

Conselho de Segurança da ONU rejeita resolução da Rússia

17 de outubro de 2023

Fracassa primeira tentativa de acordo nas Nações Unidas por um fim ao conflito entre Israel e o Hamas. Proposta não condenava ataque terrorista contra israelenses. Texto brasileiro vai a votação nesta terça.

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Visão do alto de reunião do Conselho de Segurança da ONU
Para ser adotada, resolução precisa de nove dos 15 votos do Conselho, sem um veto dos cinco membros permanentesFoto: Ed Jones/AFP/Getty Images

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou nesta segunda-feira (16/10) um projeto de resolução proposto pela Rússia que pedia um cessar-fogo humanitário imediato para aliviar a situação da população civil em Gaza.

Esta foi a primeira tentativa da comunidade internacional de chegar a um acordo sobre uma resolução para tentar colocar fim ao conflito entre Israel e o movimento islâmico Hamas desde que este último realizou um ataque sem precedentes ao país no último dia 7.

A resolução obteve apenas cinco votos a favor (incluindo o da China), muito aquém dos nove necessários para ser aprovada. Os três países ocidentais com poder de veto (EUA, Reino Unido e França) e o Japão se opuseram a ela, e seis países se abstiveram, incluindo o Brasil.

No entanto, 25 países concordaram em apoiar o texto russo, incluindo muitas nações árabes ou muçulmanas, como o Paquistão, a Turquia e o Egito.

As embaixadoras de EUA e Reino Unido, Linda Thomas-Greenfield e Barbara Woodward, respectivamente, criticaram principalmente o fato de o texto russo não mencionar explicitamente o Hamas, simplesmente condenando "ataques a civis".

A representante dos EUA disse que não citar o Hamas equivalia a "dar cobertura ao grupo terrorista que maltrata inocentes" e, portanto, era um texto "hipócrita e ultrajante".

Texto do Brasil condena ataque do Hamas

O texto foi apresentado pela Rússia na sexta-feira e circulou durante todo o fim de semana entre os 15 membros.

Paralelamente, o Brasil apresentou outro texto, que apela por "pausas humanitárias" para permitir o acesso humanitário sem entraves a Gaza, rejeita e condena "inequivocamente os hediondos ataques terroristas do Hamas" e pede a revogação da ordem israelense para que civis e funcionários da ONU no norte da Faixa de Gaza se desloquem para o sul do território.

O projeto de resolução brasileiro, que também deveria ir à votação nesta segunda-feira, deve ser analisado nesta terça.

O embaixador da Rússia, Vasily Nebenzia, defendeu sua resolução com o argumento de que é um texto "puramente humanitário" que tinha o apoio dos países árabes e afirmou que, se fosse rejeitado, seria apenas por causa de cálculos geopolíticos.

Ele acrescentou que era incompreensível que o Conselho de Segurança perdesse ainda mais tempo diante de um conflito que está inflamando toda a região e já deixou milhares de mortos em uma única semana.

Falta de união

Mais uma vez, ficou clara a desunião do Conselho diante dos graves acontecimentos que abalam o mundo, uma divisão em que o Ocidente e seus aliados estão posicionados de um lado e a Rússia e a China de outro, com grande parte da Ásia, da África e da América Latina permanecendo à margem.

Até ao momento, o órgão mais poderoso da ONU, responsável por manter a paz e a segurança internacionais, não conseguiu tomar uma posição sobre o ataque do Hamas ou sobre a reação de Israel.

Em 7 de outubro, combatentes do Hamas invadiram o território israelense e mataram cerca de 1.400 pessoas. No mesmo dia, Israel declarou guerra ao Hamas e iniciou bombardeios retaliatórios contra alvos na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas, deixando pelo menos 2.750 mortos, a maioria civis, entre eles centenas de crianças, segundo as autoridades locais.

Para ser adotada, uma resolução exige a aprovação de pelo menos nove dos 15 membros do Conselho, sem qualquer veto de um dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China).

md/cn (Lusa, EFE)