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Começa na Alemanha o referendo de Erdogan

27 de março de 2017

Com disputa acirrada, presidente da Turquia aposta nos votos de turcos no exterior para aumentar seus poderes. Só em cidades alemãs, há cerca de 1,4 milhão de eleitores habilitados.

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Eleitores fazem fila para votar na representação diplomática turca em BerlimFoto: Reuters/F. Bensch

Eleitores turcos que vivem na Alemanha e em outros países da Europa podem, a partir desta segunda-feira (27/03), votar num referendo constitucional que decide sobre a expansão dos poderes do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o consequente enfraquecimento do Parlamento.

A população turca na Europa é um importante grupo demográfico para Erdogan, cuja campanha pelo "sim" no referendo está tendo dificuldades em manter a liderança em território turco.

Com as pesquisas eleitorais apontando uma vantagem apertada, Erdogan passou, nas últimas semanas, a cortejar o voto dos mais de 5 milhões de turcos que vivem no exterior e a agitar sua base eleitoral conservadora com ataques verbais aos europeus. Isso o colocou em rota de colisão com a UE.

Cerca 1,4 milhão de eleitores na Alemanha, que abriga a maior comunidade turca fora da Turquia, são aptos a votar. Na eleição parlamentar de 2015, por exemplo, 60% dos turcos residentes na Alemanha votaram no AKP de Erdogan – taxa cerca de 10 pontos percentuais maior do que na Turquia.

Os eleitores poderão deixar seus votos entre esta segunda-feira até 9 de abril nos consulados turcos em Berlim, Hamburgo, Hannover, Frankfurt, Colônia, Düsseldorf, Münster, Karlsruhe e Mainz, assim como em outros quatro locais de votação.

Membros das comunidades turcas em Áustria, Suíça, Dinamarca e França também poderão votar durante este período de duas semanas. Em 16 de abril será a vez de os eleitores na Turquia votarem no referendo constitucional, que decide se o presidente turco deve receber mais poderes, como a capacidade de governar por decreto.

A decisão do governo turco de organizar uma série de comícios políticos em países da Europa, uma iniciativa rechaçada por autoridades da Alemanha, da Áustria e da Holanda, gerou tensão no início do mês entre líderes europeus e o regime de Erdogan.

A UE e a Turquia já vinham entrando em rota de colisão desde julho do ano passado, quando Erdogan sofreu uma tentativa de golpe militar. Governos europeus criticaram a reação do presidente e a perseguição a opositores.

Em novembro, o Parlamento Europeu votou uma iniciativa para paralisar as negociações para a entrada da Turquia na UE. A partir daí, Erdogan passou a ameaçar rever um acordo com Bruxelas que prevê que a Turquia não deixe refugiados do Oriente Médio a caminho da Europa passarem pelo seu território.

PV/dpa/dw