Kadafi em fuga?
6 de setembro de 2011Um grande comboio de veículos militares líbios atravessou a fronteira da Líbia com o Níger, afirmaram nesta terça-feira (06/09) militares franceses e nigerinos ouvidos pelas agências de notícias Reuters e AFP.
Segundo uma fonte militar francesa ouvida pela Reuters, o ditador Muammar Kadafi e um dos filhos dele, Saif al Islam, poderiam se unir ao comboio no Níger. Saif al-Islam era o mais forte candidato à sucessão do pai, antes da queda do regime.
A fuga faria parte de uma tentativa de Kadafi de buscar asilo num país africano. A Reuters afirma que o comboio é composto por 200 a 250 veículos e estaria sendo escoltado pelas Forças Armadas do Níger, uma antiga colônia francesa ao sul da Líbia.
Kadafi seguiria rumo a Burkina Fasso, país africano que já ofereceu asilo ao ditador e que é há 24 anos governado pelo presidente Blaise Compaore, que, assim como Kadafi, chegou ao poder por meio de um golpe militar. Burkina Fasso também é uma antiga colônia francesa e foi durante muito tempo beneficiado pelas ajudas financeiras de Kadafi.
Paradeiro continua incerto
Jornalistas nigerinos disseram ter visto o comboio passar pela cidade de Agadez, no norte do Níger, rumo à capital, Niamey. Um membro do governo nigerino afirmou à AFP que vários nomes do primeiro escalão do regime de Kadafi chegaram ao país já no domingo. Entre eles estaria o chefe da segurança interna de Kadafi, Mansour Dhao.
O paradeiro do ex-líder líbio segue incerto. Apesar dos rumores de que ele estaria no comboio, o porta-voz do ditador, Moussa Ibrahim, insiste que o ditador e seus filhos estão na Líbia, dispostos a continuar a luta.
Fontes ouvidas pela Reuters disseram que a França pode ter intermediado um acordo para a fuga de Kadafi, já que um comboio tão grande dificilmente conseguiria circular em segurança sem o conhecimento e a concordância da Otan, que realiza voos de reconhecimento no deserto líbio. A França não confirmou tais suposições.
Kadafi e Said al Islam são procurados pelo Tribunal Penal Internacional, que os acusa de cometer crimes contra a humanidade.
AS/rtr/afp/ap
Revisão: Roselaine Wandscheer