Com 67 mil novos casos de covid, Brasil bate recorde diário
23 de julho de 2020O Brasil bateu um novo recorde diário de casos confirmados de covid-19 nesta quarta-feira (22/07), ao registrar 67.860 infecções em apenas 24 horas, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Ministério da Saúde.
O recorde anterior havia sido registrado há mais de um mês, em 19 de junho, quando as autoridades do país reportaram 54.771 novos casos em um dia. O balanço desta quarta-feira eleva o total de infecções em território brasileiro para 2.227.514.
O país registrou ainda mais 1.284 mortes em decorrência do coronavírus Sars-Cov-2. Assim, o total de vítimas chega a 82.771. Ao todo, 1.532.138 pacientes se recuperaram da doença, e 612.605 estão em acompanhamento, segundo o Ministério da Saúde.
Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais de casos e mortes devem ser ainda maiores, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação.
São Paulo é o estado brasileiro mais atingido pela epidemia, com 439.446 casos e 20.532 mortes. O número de infectados no território paulista supera até mesmo os registrados em países europeus duramente atingidos pela crise de covid-19, como Reino Unido, Espanha e Itália.
Nesta quarta-feira, pela primeira vez o interior de São Paulo ultrapassou a capital em números absolutos de casos confirmados. Segundo o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, o interior soma 170.515 infecções (40,35% do total de casos) e a capital, 167.801 (39,71%). O restante é registrado na Grande São Paulo e na Baixada Santista.
O Ceará é o segundo estado brasileiro com maior número de casos, somando 153.108, e o terceiro em número de mortos, com 7.317 vítimas. Já o Rio de Janeiro tem 148.623 infecções e 12.443 óbitos, o que o coloca atrás de São Paulo como o segundo estado com mais mortes.
Segundo o Ministério da Saúde e o Conass, a taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes é atualmente de 39,4 no Brasil – cifra bem acima da registrada em países vizinhos como a Argentina (5,6) e o Uruguai (0,96), considerados exemplos no combate à pandemia.
Por outro lado, nações europeias duramente atingidas, como o Reino Unido (68,44) e a Bélgica (85,84), ainda aparecem bem à frente. Esses países começaram a registrar seus primeiros casos antes do Brasil, e o número de óbitos diários está atualmente na faixa das dezenas, com o pico tendo sido registrado em abril e maio.
Também nesta quarta-feira, o Planalto informou que o presidente Jair Bolsonaro testou novamente positivo para a covid-19. Este é o terceiro exame feito por ele que detecta a presença do vírus.
Bolsonaro anunciou ter contraído a doença em 7 de julho. Desde então, só participa de compromissos oficiais por videoconferência e diz que só se reúne com auxiliares que já foram infectados.
O anúncio de que Bolsonaro tem covid-19 foi recebido com escárnio por parte da população brasileira e chamou grande atenção da imprensa europeia, que destacou a postura negacionista do presidente em relação à gravidade da pandemia, sua inércia para conter o avanço da doença e o desrespeito às medidas de proteção.
Com frequência, Bolsonaro afirma que se trata com hidroxicloroquina, um medicamento que não tem efeito comprovado contra a covid-19. Enquanto o presidente insiste na eficácia do remédio, autoridades de saúde em todo o mundo alertam contra a sua utilização para tratar a doença.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo país do mundo com mais infecções e mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, que já acumulam mais de 3,9 milhões de casos e mais de 142 mil óbitos.
Nesta quarta-feira, o mundo superou a marca de 15 milhões de casos confirmados de covid-19, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins. Atrás de EUA e Brasil, os países mais atingidos são Índia (1,19 milhão), Rússia (787 mil) e África do Sul (381 mil).
Ao todo, mais de 619 mil pessoas morreram em decorrência do vírus no planeta. Depois de EUA e Brasil, os maiores números absolutos de mortes se concentram no Reino Unido (45,5 mil), no México (41 mil) e na Itália (35 mil).
EK/abr/ots
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