"Coletes amarelos" voltam a protestar na França
15 de dezembro de 2018De acordo com o Ministério da Justiça francês, o número de manifestantes no quinto final de semana consecutivo de protestos dos chamados "coletes amarelos" foi estimado em cerca de 66 mil por volta do meio-dia (hora local, 9h em Brasília), a metade de uma semana atrás no mesmo horário.
Em Paris, a polícia informou que cerca de 3 mil pessoas participaram das manifestações deste sábado (15/12), que transcorreram em grande parte de forma pacífica. Mais de 95 pessoas foram detidas na capital francesa.
Na Avenida Champs Élysées, o epicentro das manifestações dos últimos finais de semana, a polícia lançou no início da tarde, no entanto, gás lacrimogêneo contra cerca de 500 manifestantes. Houve também pequenos tumultos na Praça da Ópera, onde a polícia usou granada de som para conter a multidão.
Com a morte de um motorista envolvido num acidente com um caminhão em Erquelinnes, cidade fronteiriça belga, na sexta-feira, o número de mortos durantes os protestos dos "coletes amarelos", iniciados em meados de novembro, chega a sete.
O caminhão havia sido bloqueado por uma barreira de manifestantes no lado francês da fronteira. O acidente aconteceu por volta das 18h (hora local) e a investigação está em mãos da Justiça belga.
Todos os acidentes mortais que ocorreram no âmbito dos protestos contra o aumento de combustíveis e as políticas econômicas do governo do presidente Emmanuel Macron aconteceram nos bloqueios em estradas.
Para evitar uma escalada da violência que resultou na prisão de 2 mil pessoas na semana passada, o Ministério do Interior em Paris informou que cerca de 70 mil policiais estiveram em ação.
Para os manifestantes, os protestos relativamente calmos deste sábado também estiveram relacionados com o atentado à feirinha de Natal em Estrasburgo, na última terça-feira. "Desde o atentado em Estrasburgo, ficou mais calmo", disse um manifestante na Avenida Champs Élysees. "Mas acredito que no próximo sábado e nos sábados seguintes, o dinamismo vai retornar."
Em reação aos protestos e à vertiginosa queda de popularidade de seu governo, Emmanuel Macron anunciou, na última segunda-feira, um "pacote de bondades", que inclui a elevação do salário mínimo em 100 euros a partir de janeiro e que aposentados com menos de 2 mil euros por mês ficarão de fora da elevação de uma contribuição social em 2019.
Na sexta-feira, o presidente Macron apelou aos cidadãos para retornar à calma. Assim como o governo, diversos sindicados e políticos da oposição pediram que os protestos fossem suspensos após o atentado em Estrasburgo, em que quatro pessoas morreram.
CA/efe/rtr/afp/ap
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