1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

China demite ministro do Exterior desaparecido há um mês

25 de julho de 2023

Ex-chefe da diplomacia substituirá Qin Gang, visto pela última vez em público em 25 de junho.

https://p.dw.com/p/4UNWU
Ministro de Exterior da China, Wang Yi (dir.), e ex Qin Gang
Sucessor Wang Yi (dir.) voltará a assumir a pasta do Exterior no lugar de Qin GangFoto: Sergei Karpukhin/picture alliance/dpa/TASS

O ministro do Exterior da China Qin Gang foi removido do cargo nesta terça-feira (25/07) e substituído por seu antecessor, Wang Yi. O presidente Xi Jinping assinou a ordem nesse sentido, a partir de uma decisão da "alta legislatura", noticiou a agência de notícias estatal Xinhua, sem citar o motivo da demissão.

Nomeado em dezembro de 2022, Qin não era visto em público desde 25 de junho, quando encontrou-se em Pequim com o vice-ministro do Exterior russo, Andrey Rudenko. Sua pasta justificou com "razões de saúde" não especificadas a ausência na cúpula diplomática Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Indonésia.

No entanto, a falta de detalhes sobre o paradeiro do diplomata de 57 anos suscitou especulações de que ele pudesse ter caído em desgraça com a liderança chinesa ou fosse alvo de um inquérito oficial.

O Ministério do Exterior seque afirmando não ter "nenhuma informação" sobre Qin. O Partido Comunista da China (PCC) é notoriamente opaco em questões internas de pessoal, e a liberdade da mídia e de expressão são severamente restritas no país.

Lacuna nas relações diplomáticas chinesas

Wang Yi chefiou a diplomacia chinesa de 2018 a 2022. Enquanto presidente da comissão de assuntos estrangeiros do PCC, ele está acima do ministro na hierarquia, e vinha assumindo as funções de Qin nas últimas quatro semanas.

A turbulência diplomática ocorre num momento em que Pequim e Washington se empenham para remediar suas relações tensas, marcadas por discrepâncias nos campos do comércio, direitos humanos e tecnologia, assim como sobre Taiwan e as pretensões territoriais chinesas.

Altos funcionários diplomáticos da China têm também visitado países europeus na tentativa de reatar laços. No entanto a ausência de Qin vinha deixando uma lacuna no Ministério do Exterior.

Em julho foi cancelada a visita a Pequim do chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell. Na sexta-feira, a agência de notícias Bloomberg informou que o ministro do Exterior britânico, James Cleverly, adiara uma visita à sede do governo chinês devido à ausência de Qin.

Qin fala inglês fluentemente e foi embaixador chinês nos Estados Unidos de julho de 2021 a janeiro de 2023. Analistas também o classificavam como um dos assessores em assuntos externos em que Xi mais confiava – avaliação confirmada por sua rápida ascensão à frente do Ministério do Exterior. Qin Gang é conhecido por seu apoio ao estilo agressivo da diplomacia chinesa e sua defesa declarada de uma política externa firme.

av (AFP,AP,Reuters)