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Chefe de saúde africano denuncia racismo em aeroporto alemão

16 de outubro de 2022

Diretor do Centro de Controle de Doenças da África afirma que foi maltratado por funcionários da imigração em Frankfurt ao chegar para uma cúpula. Ministro da Saúde alemão diz que incidente está sendo esclarecido.

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Policiais no aeroporto de Frankfurt
Foto: picture-alliance/dpa/C. Hardt

O ministro da Saúde da Alemanha, Karl Lauterbach, afirmou neste domingo (16/10) que as autoridades estão tentando esclarecer uma denúncia de racismo feita pelo diretor interino do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África, Ahmed Ogwell.

No sábado, o queniano disse que foi alvo de tratamento racista no Aeroporto de Frankfurt ao chegar na Alemanha para participar da Cúpula Mundial da Saúde em Berlim.

"Fui maltratado no Aeroporto de Frankfurt por funcionários da imigração que acham que quero ficar ilegalmente [no país]. Minha participação na cúpula está agora em dúvida. Fico mais feliz e mais seguro em casa na África. Eles te convidam e depois te maltratam", escreveu no Twitter.

Ogwell continuou afirmando que estava "na hora de ficar longe de territórios não amigáveis". "[Estou] muito irritado. Basta!" Em outra mensagem na mesma rede social, ele disse que, "mesmo com visto, a África está por conta própria. O mesmo para as vacinas e emergências de saúde".

Apesar de Ogwell colocar sua participação na cúpula em Berlim em xeque no sábado, Lauterbach afirmou neste domingo que o chefe de saúde africano está em Berlim e participará do evento.

"O que exatamente deu errado no Aeroporto de Frankfurt está sendo esclarecido", disse o ministro alemão da Saúde, acrescentando que o incidente no aeroporto foi resolvido imediatamente.

Lauterbach ainda descreveu Ogwell como um "cientista importante da África".

Polícia nega, aeroporto pede desculpas

Por sua vez, o departamento da polícia federal alemã responsável pelo Aeroporto de Frankfurt rejeitou as acusações de racismo feitas por Ogwell.

No Twitter, a corporação afirmou que os procedimentos aos quais o queniano foi submetido foram "verificações padronizadas de entrada para um cidadão de um país terceiro que requer um visto".

"Apesar do comportamento pouco cooperativo do passageiro, o interrogatório de entrada e a consulta de busca necessária duraram apenas quatro minutos e foram realizados dentro da lei em todos os aspectos", disse a polícia federal.

Mas, pouco depois de Ogwell fazer as postagens, a conta no Twitter do Aeroporto de Frankfurt respondeu com um pedido de desculpas. O texto diz que, "como aeroporto internacional, acolhemos todos os passageiros e não toleramos nenhuma forma de discriminação ou racismo".

O aeroporto localizado na capital financeira da Alemanha, uma das principais portas de entrada para o país, já esteve no centro de uma série de acusações de racismo.

ek (AFP, AP)