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Chefe da Air France-KLM se demite após impasse com grevistas

4 de maio de 2018

Jean-Marc Janaillac anuncia que deixará a presidência do grupo após funcionários rejeitarem uma proposta de 7% de aumento salarial em 4 anos. Onda de greves que afeta a companhia desde fevereiro chega ao 13º dia.

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Jean-Marc Janaillac, presidente da Air France-KLM
Para Jean-Marc Janaillac, as greves comprometeram o futuro da empresaFoto: Getty Images/AFP/G.v.d. Hasselt

O presidente da companhia aérea Air France-KLM, Jean-Marc Janaillac, anunciou nesta sexta-feira (04/05) que vai deixar o cargo nos próximos dias, depois de os funcionários terem rejeitado uma proposta de aumento salarial para tentar encerrar a greve que afeta a empresa desde fevereiro.

Segundo a companhia, 55,4% dos empregados da Air France votaram contra a oferta, que estabelecia um acréscimo de 7% nos salários em quatro anos. O aumento seria gradual: 2% viriam em 2018, e 5% suplementares seriam adicionados progressivamente nos três anos seguintes.

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Os sindicatos, por sua vez, reivindicam um aumento de 5,1% já neste ano, a fim de compensar os efeitos da inflação após um congelamento dos salários desde 2012.

O resultado da votação – que, para Janaillac, demonstra "desconforto" – foi anunciado mais cedo nesta sexta-feira. A participação entre os 52 mil funcionários foi elevada: 80,33%.

"Como prometido, assumo as consequências da votação e apresentarei a minha renúncia nos próximos dias", disse o presidente da companhia, em coletiva de imprensa. "Espero que a minha saída permita que a empresa comece a criar condições para uma recuperação."

Para Janaillac, que assumiu a presidência da Air France-KLM em julho de 2016, a onda de greves neste ano comprometeu o futuro da empresa. "É uma vergonha imensa, que apenas alegra nossos concorrentes, enfraquece nossas alianças e desorienta nossas equipes."

Em nota, a companhia aérea informou que seu presidente renunciará formalmente ao cargo na próxima quarta-feira, 9 de maio, durante reunião do conselho de diretores.

Em comunicado, o governo francês, que administra 14,30% das ações do grupo, exaltou "a coragem" de Janaillac, assim como "o trabalho de recuperação" que ele realizou nos quase dois anos que esteve à frente da companhia.

O Executivo acrescentou que cabe ao conselho administrativo definir a melhor forma de "sair da crise atual" e pediu "senso de responsabilidade a cada um" para que a companhia prossiga com seu desenvolvimento em um mercado "muito competitivo".

O Estado francês é o maior acionista individual do grupo, à frente da Delta Airlines e da China Eastern Airlines, ambas com 8,80%, dentro de um conjunto de acionistas.

Perdas em 2018

O anúncio da demissão de Janaillac coincide com a divulgação dos resultados da Air France-KLM para o primeiro trimestre de 2018, revelando perdas consideráveis em comparação com o mesmo período de 2017.

Segundo a companhia, o prejuízo operacional aumentou de 33 milhões de euros nos três primeiros meses do ano passado para 118 milhões de euros no mesmo trimestre deste ano, incluindo um impacto negativo de 75 milhões de euros provocado pelas greves das últimas semanas. As perdas ocorrem apesar de um crescimento de 5,2% no número de passageiros neste período.

Desde 22 de fevereiro, quando explodiu o conflito entre a direção e os funcionários da Air France, a empresa já acumulou 13 dias de greve, incluindo esta sexta-feira. Novas paralisações estão planejadas para as próximas segunda e terça-feira, 7 e 8 de maio.

A Air France-KLM, que surgiu com a fusão das empresas francesa e holandesa em 2004, é uma das maiores aéreas do mundo em lucro operacional e em número de passageiros.

EK/ap/dpa/efe/lusa

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