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Cerca de 1.200 bolsonaristas presos em Brasília

9 de janeiro de 2023

Após determinação de Moraes, Exército e PM esvaziam acampamento golpista em quartel no Distrito Federal. Centenas de manifestantes radicais são conduzidos à sede da PF em 40 ônibus.

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Militares inspecionam barracas montadas por golpistas em Brasília
Agentes inspecionaram e removeram barracas montadas por golpistas em BrasíliaFoto: Amanda Perobelli/REUTERS

O Exército e a Polícia Militar do Distrito Federal realizaram nesta segunda-feira (09/01) uma operação para esvaziar o acampamento bolsonarista no Quartel-General do Exército em Brasília.

Segundo o governo federal, cerca de 1.200 bolsonaristas foram detidos e conduzidos para a superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, em cerca de 40 ônibus.

Na sede da corporação, os manifestantes radicais passarão por uma triagem e serão identificados, mas não está claro se continuarão presos. O número total de detidos ainda pode ser atualizado, informou o Ministério da Justiça.

A medida segue uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou a desocupação de todos os acampamentos bolsonaristas nas proximidades de quartéis do Exército pelo país após os atos golpistas em Brasília no domingo.

Segundo a decisão de Moraes, as operações de esvaziamento dos acampamentos devem ser realizadas pelas Polícias Militares estaduais, com o apoio da Força Nacional e da Polícia Federal, se necessário. Ele ordenou ainda a "prisão em flagrante de seus participantes pela prática de crimes".

Em Brasília, após a retirada dos bolsonaristas, as forças de segurança também inspecionaram e removeram barracas que haviam sido montadas no acampamento improvisado.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, mais cedo nesta segunda-feira, numa tentativa de pressionar os radicais a se retirarem pacificamente, os policiais chegaram a informá-los de que tinham uma hora para recolher seus pertences e deixar o local – quem permanecesse em frente ao quartel seria detido.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, o ministro da Defesa, José Múcio, e o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli, acompanharam parte da operação. No domingo, Capelli foi designado interventor federal quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal.

Movimento golpista

Os acampamentos bolsonaristas foram montados perto de quartéis em todo o país após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas em outubro, a fim de contestar o resultado legítimo das eleições presidenciais e pedir uma intervenção militar.

O ápice do movimento golpista que tenta reverter ilegalmente a vitória de Lula ocorreu no domingo, quando grupos organizados de extremistas de direita promoveram um dia de terror em Brasília, invadindo e depredando o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF.

Os atos golpistas marcaram o momento mais violento da política brasileira pós-redemocratização, deixando um rastro de destruição nas sedes dos três Poderes: salas destruídas, obras de arte saqueadas ou vandalizadas, móveis atirados contra janelas, policiais feridos e jornalistas agredidos.

Além de ordenar a desocupação de todos os acampamentos bolsonaristas, Moraes também determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo por 90 dias.

O ministro ainda mandou apreender "todos os ônibus identificados pela Polícia Federal que trouxeram os terroristas para o Distrito Federal". As placas de 87 veículos foram listadas.

Até 31 de janeiro, também segue proibida a entrada "de quaisquer ônibus e caminhões com manifestantes no Distrito Federal". Moraes determinou a oitiva de todos os passageiros.

ek/cn (ots)