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Candidato da oposição apóia reformas do governo

ef8 de março de 2004

Candidato da oposição à Presidência da Alemanha, Horst Köhler, apóia o plano de reformas econômico-sociais do governo, confirmando uma tradição histórica de presidente suprapartidário no sistema parlamentarista.

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Horst Köhler: Schröder deu o passo histórico certoFoto: AP

O presidente da República da Alemanha é tradicionalmente suprapartidário e o candidato da oposição, virtualmente eleito para o posto, Horst Köhler, mostrou que se atém a este princípio. Antes do seu primeiro encontro, como convidado especial, com as cúpulas democrata-cristã (CDU) e cristã-social (CSU), que o indicaram para disputar o cargo no colégio eleitoral, em 23 de maio, o diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou o pacote de reformas da coalizão de governo social-democrata (SPD) e Verde, batizado por Berlim como "Agenda 2010".

"O chanceler federal Gerhard Schröder deu o passo histórico certo", disse o candidato da oposição conservadora à sucessão presidencial, acrescentando: "Não há dúvida de que nós temos de garantir o Estado social com reformas". Ao se apresentar à imprensa em Berlim, no domingo (07), na companhia dos presidentes da CDU, Angela Merkel, e da CSU, Edmund Stoiber, Köhler se disse contente de ter voltado para a Alemanha após seis anos e prometeu ajudar o país neste momento de crise econômico-social a enfrentar o desafio da globalização.

"Olhando de fora, a Alemanha continua um país maravilhoso. E eu me recuso a responder os desafios e problemas do país com pessimismo ou derrotismo. Nós temos na Alemanha o potencial para fazer frente aos novos desafios", afirmou Köhler.

Concorrente feminina

– Ele deixou o cargo de diretor geral do FMI, nos Estados Unidos, na semana passada, para disputar na Alemanha a sucessão do presidente social-democrata, Johannes Rau, com a candidata do gabinete de Schröder, a cientista política Gesine Schwan. A candidatura de Schwan, de 60 anos de idade, foi aprovada por unanimidade pelo diretório nacional do SPD, nesta segunda-feira (8), em Berlim, "como um sinal positivo para as mulheres na Alemanha".

Gesinde Schwan in New York
Candidata do governo à Presidência, Gesine SchwanFoto: AP

Enquanto isso, o concorrente Köhler encontrava-se com a cúpula do Partido Liberal, o qual somou-se à CDU e CDU para garantir maioria à sua candidatura no colégio eleitoral. Embora em desvantagem neste grêmio, a cientista política Schwan não se vê como mera contra-candidata à sucessão presidencial.

O governo dispõe de maioria na câmara baixa do Legislativo (Bundestag), onde todas as reformas têm de ser aprovadas. Mas a oposição domina a câmara alta (Bundesrat), onde nem todas as reformas têm de ser aprovadas, e também o colégio eleitoral que elege o chefe de Estado alemão.

Empresariado e governo criticam

– Os dois presidenciáveis não se pronunciaram ainda sobre o projeto de reforma fiscal das legendas irmãs CDU e CSU. Estas duas têm juntas a maior chance de governar o país a partir de 2006, segundo as pesquisas de preferência de voto. Seu projeto deparou-se com críticas duras do empresariado e do governo. Industriais e banqueiros exigiram mudanças radicais e reclamaram da falta de um plano sobre a tributação das empresas. O ministro das Finanças, Hans Eichel (SPD), considerou os planos da oposição como impagáveis e socialmente desequilibrados.

Depois de meses de debates sobre um programa comum de política fiscal, CDU e CSU chegaram a um consenso sobre uma reforma do sistema atual, que prevê uma alíquota mínima de imposto de renda de 12% e uma máxima de 36%. Com isto, os contribuintes teriam um alívio fiscal de 10,7 bilhões de euros. A coalizão de governo já se decidiu por uma alíquota mínima de 15% e máxima de 42%, o que levaria a uma queda de 6,5 bilhões de euros na arrecadação de impostos em 2005.