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Brasil registra recorde de calor em 2024

4 de janeiro de 2025

Segundo Inmet, ano é o mais quente desde o início da série histórica, em 1961. Média de temperatura foi de 25,02°C. Focos de queimadas também cresceram em 2024.

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Pessoas na praia no Rio de Janeiro
Inmet vê influência do El Niño e das mudanças climáticas nas temperaturasFoto: TERCIO TEIXEIRA/AFP via Getty Images

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontou o ano de 2024 como o mais quente já registrado no Brasil desde o início da série histórica, em 1961, seguindo uma tendência mundial

O levantamento divulgado nesta sexta-feira (3/01) revela que a temperatura média anual chegou a 25,02°C em 2024, uma elevação de 0,79°C na comparação com a média das últimas duas décadas, de 1991 a 2020. Nesse intervalo, usado pelo Inmet como referência na análise, a temperatura média ficou em 24,23°C.

O ano passado tambémsuperou o recorde de 2023, de 24,92°C. De acordo com o Inmet, o aumento constante da temperatura em relação à média histórica "pode estar associada à mudança no clima em decorrência da elevação da temperatura global e mudanças ambientais locais".

O Inmet destaca ainda que é preciso considerar os efeitos do último fenômeno El Niño. Com intensidade que variou de forte a muito forte, ele teve influência nas temperaturas de 2023 e dos primeiros meses de 2024.

O El Niño é um fenômeno natural caracterizado pelo enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) e pelo aquecimento anormal das águas superficiais da região equatorial do Oceano Pacífico. Essas mudanças na interação entre a superfície oceânica e a baixa atmosfera ocorrem em intervalos de tempo que variam entre três e sete anos.

Pico de queimadas

Dados da plataforma Terrabrasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que concentra informações de satélite sobre cobertura vegetal, desmatamento e queimadas, indicam que o país teve 1 milhão de focos de queimadas entre os anos de 2020 e 2024. Nesse intervalo, o ano com maior quantidade de registros foi justamente o de 2024, o que ocorreu, segundo o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA), em razão da pior seca dos últimos 74 anos.

A maior parte dos focos está concentrada em cinco estados — Pará (200.685),  Mato Grosso (171.534), Amazonas (97.885), Maranhão (97.124) e Tocantins (61.137).

Seu desenho, uma estrada de fogo que corta o meio do país, coincide com áreas de expansão agrícola, principalmente para soja e pasto, e com regiões marcadas pela grilagem e pelo garimpo. 

A novidade, em 2024, está no aumento também de incêndios em áreas classificadas como sem Cadastro Ambiental Rural (CAR), ou seja, áreas que não são propriedades rurais.

O registro de maior número de focos não significa necessariamente maior área queimada. Em São Paulo, estado com maior crescimento de focos (422%, com 8.712 focos registrados em 2024), o aumento de área queimada esteve abaixo de 2% nas áreas de conservação, e os focos se concentraram em propriedades rurais, especialmente nas lavouras de cana-de-açúcar. 

gq (Agência Brasil, AFP, ots)