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Bolsonaro é internado em hospital e passará por cirurgias

12 de setembro de 2023

Ex-presidente deve ser submetido a dois procedimentos para corrigir uma hérnia de hiato e um desvio de septo.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair BolsonaroFoto: Mateus Bonomi/AA/picture alliance

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 68, foi internado nesta segunda-feira (11/09) no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde deve ser submetido no dia seguinte a duas cirurgias – consequência, segundo ele, do atentado a faca que quase o matou em setembro de 2018.

Desde a facada, o ex-capitão do Exército já passou por quatro operações. Desta vez, os procedimentos se destinam à correção de uma hérnia de hiato e um desvio de septo. Ele deve ser liberado na quinta-feira, caso não tenha nenhuma complicação.

Uma terceira operação para corrigir seu intestino, inicialmente prevista para este mês, foi remarcada para "outubro ou novembro", informou Bolsonaro à Reuters.

Bolsonaro já havia passado dois dias no mesmo hospital em agosto, onde teria sido submetido a exames de rotina também relacionados às sequelas do atentado, informou à AFP o advogado e ex-ministro dele, Fabio Wajngarten.

"Há 5 anos, e até hoje, todos nós sofremos com as marcas e sequelas do atentado contra o meu marido cometido pelo terrorista Adélio Bispo", escreveu a mulher dele, Michelle Bolsonaro, em uma rede social.  "Meu marido (...) tem várias restrições relacionadas aos danos causados pelo atentado."

Bispo, detido em uma penitenciária de segurança máxima em Mato Grosso do Sul desde o atentado,  foi considerado inimputável pela Justiça por sofrer de distúrbios psiquiátricos. Apoiadores de Bolsonaro rejeitam a versão de que ele teria agido sozinho, sem o envolvimento de mandantes ou comparsas.

Ex-presidente sob investigação

Ao chegar ao hospital, Bolsonaro foi recebido por alguns poucos manifestantes que pediam a prisão dele – o ex-presidente tem visto o cerco se fechar sobre ele desde que encerrou seu mandato e enfrenta uma série de investigações.

Na mais recente, a Polícia Federal (PF) apura suspeitas de que ele e a esposa Michelle teriam sido beneficiários de um esquema de desvio e venda de presentes milionários entregues a Bolsonaro em agendas no exterior durante o seu período na Presidência da República. Apontado como um dos operadores no esquema, um de seus auxiliares mais próximos à época, o ex-ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro Cid, teve no último sábado um acordo de delação homologado pelo Supremo Tribunal Federal.

Outros aliados do ex-presidente, como o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e a deputada federal Carla Zambelli também estão sob escrutínio da PF.

Em junho, Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos por fazer acusações infundadas sobre a confiabilidade do sistema eleitoral em uma reunião com embaixadores estrangeiros.

Além disso, ele é alvo de uma série de ações na Justiça Eleitoral por suspeita de abuso de poder e de inquéritos diversos que tramitam no Supremo Tribunal Federal – por exemplo, sobre os atos golpistas do 8 de janeiro.

ra (AFP, Reuters, ots)