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Biden pede a americanos que enfrentem a supremacia branca

16 de setembro de 2022

Em cúpula focada no combate ao extremismo, presidente dos EUA faz apelo por uma frente unida contra crimes de ódio, racismo e violência política. "Os supremacistas brancos não terão a última palavra."

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden
"É preciso escolher entre ser uma nação de esperança, unidade e otimismo – ou uma nação de medo, divisão e ódio", disse BidenFoto: Evan Vucci/AP/dpa/picture alliance

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um apelo nesta quinta-feira (15/09) por uma frente unida contra crimes de ódio e violência política, em um discurso durante uma cúpula na Casa Branca focada no combate ao extremismo.

"Os supremacistas brancos não terão a última palavra", declarou Biden no evento, batizado de United We Stand Summit, que reuniu ativistas de direitos civis, líderes religiosos, acadêmicos, sobreviventes de ataques e autoridades eleitas.

A cúpula também buscou homenagear comunidades que foram atingidas por crimes motivados por ódio, incluindo os ataques a tiros em uma boate gay em Orlando em 2016 e em um supermercado em Buffalo em maio deste ano, em que dez negros foram mortos por um racista declarado.

"Temos que enfrentar o bem, o mal e a verdade. Isso é o que fazem as grandes nações , e nós somos uma grande nação", disse Biden. "É preciso escolher entre ser uma nação de esperança, unidade e otimismo – ou uma nação de medo, divisão e ódio."

Na cúpula, o presidente americano foi apresentado por Susan Bro, mãe de Heather Heyer, que foi morta durante um ato nacionalista branco em Charlottesville em agosto de 2017. "Seu assassinato repercutiu em todo o mundo, mas o ódio não começou nem terminou ali", disse Bro.

Biden afirmou, como já havia feito outras vezes, que foi esse caso que o convenceu a concorrer à Casa Branca contra o então presidente Donald Trump nas eleições de 2020, depois de o republicano ter se recusado inicialmente a condenar a marcha neonazista.

"Charlottesville mudou tudo, porque acredito que nossa história serve para unir a população em uma nação, em uma América", disse o presidente.

Mas ele reconheceu que uma onda de violência racista – incluindo o massacre em Buffalo neste ano e os ataques a tiros contra negros em uma igreja em Charleston em 2015 e contra latinos em El Paso em 2019 – devastou o país. "Muitos de vocês perderam parte de seu coração e alma."

"Efeitos corrosivos"

O governo americano descreveu a cúpula de um dia como oportunidade de destacar "os efeitos corrosivos da violência alimentada pelo ódio em nossa democracia e segurança pública".

Um funcionário da Casa Branca também disse a repórteres que o evento, que contou com um painel formado por prefeitos tanto republicanos como democratas, não era político e "demonstraria que podemos nos unir além das linhas partidárias".

A cúpula acontece apenas oito semanas antes das eleições de meio de mandato, nas quais os republicanos tentam assumir o controle do Congresso.

Também ocorre duas semanas depois de um discurso inflamado de Biden contra a "ideologia extrema" de Trump, que inflamou apoiadores a invadirem o Capitólio no início de 2021 e que continua a promover teorias da conspiração de extrema direita.

ek (Reuters, AFP)