Bernardo Bertolucci completa 75 anos
Ele não dirigiu muitos filmes. Mesmo assim, o diretor italiano entrou para a história do cinema com obras sensíveis, grandiosas e, às vezes, megalomaníacas.
O último imperador
Ele ama histórias complicadas e não se esquiva de tabus. O resultado são filmes poéticos e monumentais. Entre os grandes sucessos de Bernardo Bertolucci está "O último imperador". O filme relata a vida do imperador chinês Pu Yi. Ele precisa subir ao trono aos 3 anos de idade, mesmo sendo muito novo para governar. O filme ganhou nove Oscars, dois deles para Bertolucci.
Figuras paternas
Bertolucci deve o amor pelos filmes e pela literatura sobretudo a três homens. Seu pai era um conceituado crítico literário e cinematográfico. Seu vizinho, o conhecido cineasta Pier Paolo Pasolini, bem como o diretor francês Jean-Luc Godard, também o influenciaram desde cedo. A foto mostra Bertolucci, Godard e Pasolini em 1969, num encontro para o filme "Amor e Raiva".
Drama erótico
Um homem de meia-idade, em luto pela morte da esposa, mantém uma relação sexual intensa e ao mesmo tempo fria com uma desconhecida – essa é a história de "O último tango de Paris", com Marlon Brando e Maria Schneider. O filme trouxe fama mundial ao diretor, em 1972. Nos EUA, foi um sucesso. Na Itália, Bertolucci e Brando foram condenados a dois meses em liberdade condicional por "obscenidade".
Épico megalomaníaco
Meio século de história italiana resumido em cinco horas de cinema. Os críticos chamaram "1900" de megalomaníaco. Com os astros Robert de Niro, Burt Lancaster e Gerárd Depardieu, Bertolucci dirigiu em 1974 esse épico sobre a luta entre latifundiários e pequenos agricultores em Emília-Romanha, no norte a Itália. Segundo Bertolucci, o filme é um "monumento ao comunismo".
Reviravolta
Nos anos 80 e 90, Bertolucci deixou de ser um diretor elitista para se transformar num cineasta de sucesso internacional. A decepção com o sistema político italiano levou esse marxista convicto, que também era fascinado pelo budismo, a se voltar para outras culturas. O resultado foi "O último imperador" (1987), a primeira produção ocidental na Cidade Proibida.
Culturas estrangeiras
As filmagens de "O céu que nos protege" (1990) levaram Bertolucci ao Marrocos e ao Saara. Duas estrelas de Hollywood, Debra Winger e John Malkovich, desempenham os papéis de um casal que quer se reencontrar. Até hoje, críticos consideram a adaptação para o cinema do romance de Paul Bowles como sensível e grandiosa.
Filme para crianças
Uma das produções mais exóticas do diretor italiano é o filme "O pequeno Buda", rodado em 1993. Com o filme, Bertolucci queria atingir as crianças de todas as idades. Esse foi o primeiro filme dele a não abordar um conflito político, psicológico ou sexual. Depois, Bertolucci dirigiu só mais quatro filmes. Nenhum deles repetiu o sucesso dos anteriores.
Diretor premiado
Bertolucci conquistou vários prêmios pelos seus 17 filmes, entre eles dois Oscars, dois Globos de Ouro, o Leão de Ouro de Honra de Veneza, a Palma de Honra de Cannes e os Prêmios do Cinema Europeu. Hollywood dedicou à Bertolucci uma estrela na calçada da fama. Entretanto, ele foi surpreendido pelo destino. Desde uma queda em 2003, o cineasta anda de cadeira de rodas.