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Autoridades alemãs prometem agir contra antivacinas

5 de janeiro de 2022

Manifestações contra restrições anticovid, que, em muitos casos, terminam em confrontos com a polícia, são ilegais e, portanto, sujeitas à aplicação da lei. Governo deve lançar novas medidas de combate ao coronavírus.

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Policiais observam manifestantes no centro de Munique. Polícia alemã registrou novos episódios de violência em protestos antivacina
Polícia alemã registrou novos episódios de violência em protestos antivacinaFoto: Leonhard Simon/Getty Images

As preocupações com a onda de protestos contra as restrições anticovid na Alemanha geraram alertas das autoridades nesta terça-feira (04/01).

Mais de 50 mil pessoas haviam participado de protestos em várias cidades do país na segunda-feira. Na maior parte dos casos, essas manifestações são ilegais, por não serem devidamente registradas junto aos órgãos competentes e à polícia.

Esses atos públicos são chamados de "passeios" pelos organizadores, para tentar driblar as obrigações impostas pelas autoridades aos protestos legais, como o distanciamento social e o uso de máscaras.

As autoridades alertaram os movimentos por trás dos "passeios" que, se continuarem a agir de maneira ilegal, eles serão banidos das ruas e poderão receber pesadas multas.

"O Estado de direito ainda prevalece. Qualquer um que organize algo desse tipo se oferece a punições", afirmou o secretário do Interior do estado de Baden Württemberg, Thomas Strobl. "Os extremistas estão sendo cuidadosamente observados."

Observadores alertam para a atuação de grupos de extrema direita que participam ativamente da organização desses protestos em vários estados alemães.

Strobel divulgou uma estimativa do número de participantes dos atos desta segunda-feira em seu estado, que revelam uma queda em relação à semana passada. Ele disse que foram em torno de 170 protestos, acompanhados de mais de 2,5 mil policiais.

Novas restrições a caminho

Ainda assim, ele afirmou que os protestos ainda são um "fenômeno bastante grande". "Muitas destas [manifestações] não foram autorizadas, e os que forem pegos violando as regras para reuniões em grande número serão multados."

Dezenas de milhares de pessoas participaram de protestos em outros estados. Em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, um dos focos das manifestações antivacina nas últimas semanas, 12 mil pessoas saíram às ruas. Na Turíngia, foram 17 mil, e na Baviera, em torno de 10 mil. A maior parte das manifestações ocorre nos estados do leste do país.

Nesta semana, haverá uma nova reunião entre o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais, antes das discussões entre os governadores dos 16 estados e o governo federal do chanceler federal Olaf Scholz, onde serão debatidas novas medidas para conter a atual onda de covid-19 no país.

Além das novas medidas, será revelada a estratégia do governo para a imposição da vacinação obrigatória, que deve entrar em vigor a partir de março, sendo este um dos principais alvos dos manifestantes antivacina.

A comissão de especialistas criada pelo governo federal para lidar com a pandemia se pronunciou a favor da expansão da obrigatoriedade da vacinação, dos trabalhadores do setor da saúde para toda a população.

Confrontos com a polícia

A polícia alemã registrou novos episódios de violência nos protestos desta segunda-feira, apesar de a maioria dos atos ter transcorrido de maneira pacífica.

Em Lichtenstein, no estado da Saxônia, cerca de 60 pessoas entraram em confronto com policiais que tentavam verificar suas identidades. A polícia foi agredida com sprays de pimenta e um dos manifestantes tentou roubar a arma de um policial.

Em Bautzen, no leste do estado, uma marcha com cerca de 600 participantes tentou romper um cordão policial, o que resultou em novos confrontos. Na capital do estado vizinho de Saxônia-Anhalt, manifestantes atiraram garrafas e fogos de artifício contra a polícia. Nenhum policial ficou ferido.

Números da doença se mantêm em alta

O Instituto Roberto Koch (RKI) – a agência alemã de prevenção e controle de doenças da Alemanha – registrou 30.561 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, o que corresponde a 9 mil novas infecções a mais do que há uma semana.

O índice de novos casos em um período de sete dias estava nesta terça-feira em 239,9 por 100 mil habitantes. O ministro da Saúde, Karl Lauterbach, alertou que os números reais da doença podem ser duas ou três vezes maiores, devido à baixa testagem e à queda nos registros de dados durante os feriados de fim de ano.

Nesta terça, foram registradas 356 novas mortes por covid-19 na Alemanha. O índice de vacinação no país está pouco acima de 71%. Uma parcela significativa da população (25,8%) ainda não recebeu nenhuma dose dos imunizantes disponíveis, o que inclui também as crianças com menos de 5 anos de idade.

Os não vacinados enfrentam restrições significativas em todo o país, sem poder frequentar grande parte das lojas e locais de lazer.

rc (DPA, AP)