Autor de atentado em Estrasburgo é morto
13 de dezembro de 2018O autor do ataque em Estrasburgo, na França, foi morto pela polícia do país na noite desta quinta-feira (13/12). Chérif Chekatt, de 29 anos, foi localizado e abatido na própria cidade, a dois quilômetros do local do ataque, após uma caçada que durou 48 horas.
Cerca de 700 policiais participaram das buscas nos últimos dois dias. Segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner, por volta de 21h, um trio de policiais que realizava uma patrulha em Estrasburgo notou um homem que correspondia à descrição de Chérif Chekatt saindo de um prédio. Eles tentaram abordá-lo, mas o homem começou a atirar. Os policiais então responderam e mataram o terrorista, que foi posteriormente identificado como Chérif Chekatt. “Estou orgulhoso dos policiais”, disse o ministro.
No ataque executado por Chekatt, na noite de terça-feira, morreram duas pessoas e 13 ficaram feridas. Um dos feridos teve morte cerebral.
Antes do ataque, na manhã de terça-feira, a polícia tentou interpelar o suspeito no âmbito de uma investigação por roubo e tentativa de homicídio, mas ele não estava em casa. No local, policiais encontraram granadas. Segundo secretário de Estado do Ministério do Interior, Laurent Nuñez-Belda, Chekatt teria sido radicalizado durante suas várias estadias na prisão e a operação policial de busca em sua residência pode ter sido o estopim para o ataque. Ele foi identificado por meio de imagens de câmeras de vigilância.
Na terça-feira, o terrorista entrou numa zona de segurança estabelecida em torno do mercado natalino e abriu fogo contra pedestres por volta das 20h no horário local (17h em Brasília). Testemunhas disseram que o autor gritou “Allah Akbar” (Deus é grande) no momento do ataque. Após disparar várias vezes, ele foi ferido numa troca de tiros com soldados que fazem a segurança de locais públicos na França. Um deles ficou ferido.
Em seguida, o terrorista tomou um refém, um motorista de táxi e percorreu parte da cidade de carro antes de soltá-lo. Depois, voltou a fugir a pé. Foi o começo da caçada ao terrorista, que, ferido, permaneceu o tempo todo em Estrasburgo.
A polícia identificou o atirador como o francês Chérif Chekatt, de 29 anos, um cidadão francês de origem norte-africana, nascido em Estrasburgo e conhecido pelos serviços de inteligência de França e Alemanha, com condenações criminais nos dois países. Ele também já respondeu por acusações de furto na Suíça.
De acordo com as autoridades, além de uma ficha criminal por crimes comuns na França e também na Alemanha, o suspeito tinha na França uma "ficha S" – que designa pessoas potencialmente ameaçadoras para a segurança nacional – por motivos de radicalização.
Nesta quinta-feira, o Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque por meio de um comunicado e disse que Chekatt era "um soldado" do grupo terrorista. No entanto, especialistas franceses advertiram que tal reinvindicação deve ser analisada com cautela, já que o grupo já exagerou ou falseou a sua ligação com vários ataques realizados nos últimos anos.
Chekatt foi apontado como um elemento que se "radicalizou" como extremista islâmico, mas as autoridades francesas não informaram se ele divulgou qualquer material jurando lealdade ao EI.
Em dezembro, Estrasburgo costuma estar repleta de turistas por causa do tradicional mercado de Natal, o mais antigo da França, e que acontece no centro desde 1570, quando Estrasburgo era parte do antigo Sacro Império Germânico.
Nos últimos anos, a segurança do mercado foi reforçada após a França se tornar palco regular de atentados cometidos por terroristas islâmicos e após o registro de um ataque na Alemanha. Em 2016, um mercado de Natal em Berlim foi alvo de um atentado que deixou 12 mortos. O grupo "Estado Islâmico" reivindicou o ataque.
Em novembro de 2017, cinco pessoas suspeitas de atividades terroristas foram presas em Estrasburgo. Anos antes, a cidade já vinha aparecendo na rota do terrorismo. Em 2000, a polícia alemã prendeu quatro homens de origem argelina em Frankfurt que eram suspeitos de planejar atentados a bomba no mercado de Natal e na Catedral de Estrasburgo.
JPS/ots
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