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Ataque russo a Odessa deixa ao menos oito mortos

23 de abril de 2022

Entre os óbitos está o de um bebê de três meses. Combates também seguem no leste, em Lugansk, Donetsk e Kharkiv, provocando mortes.

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Prédios destruídos. Dois bombeiros caminham entre escombros
Odessa é um dos novos alvos das tropas russasFoto: Max Pshybyshevsky/AP/picture alliance

Pelo menos oito pessoas morreram, entre elas um bebê de três meses, e outras duas ficaram feridas neste sábado (23/04) em um ataque com mísseis russos lançados do Mar Cáspio contra a cidade portuária ucraniana de Odessa, informou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em uma conferência de imprensa em Kiev. 

"Um bebê de três meses de idade foi morto hoje. A guerra começou quando este bebê tinha um mês. Conseguem imaginar o que está acontecendo?", lamentou o presidente, citado pela agência de notícias Unian.

 Antes de Zelenski, o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, havia indicado que pelo menos cinco pessoas haviam morrido e que havia 18 civis feridos. 

O major-general russo Rustam Minnekayev anunciou na sexta-feira que o objetivo da "segunda fase" da guerra na Ucrânia é a conquista de Donbass e do sul do país. Além de uma conexão terrestre com a península da Crimeia – anexada pela Rússia em 2014 - isso também permitiria um melhor apoio aos separatistas pró-Rússia na Transnístria, na Moldávia.

As declarações indicam que Moscou também pretende conquistar Odessa, além de tomar a cidade portuária de Mariupol, que segue com um foco de resitência.

Ataques a Mariupol

Segundo fontes ucranianas, as tropas russas também retomaram os ataques à siderúrgica Azovstal, em Mariupol, neste sábado. "O inimigo está tentando sufocar a última resistência dos defensores de Mariupol", disse Oleksiy Arestovych, assessor do chefe do gabinete presidencial da Ucrânia.

Ele relatou ainda que os defensores da cidade estão resistindo apesar da situação difícil, e que as tropas ucranianas estão até conseguindo realizar contra-ataques.

De acordo com a "Ukrinform", há cerca de mil civis e soldados ucranianos na fábrica de Azovstal, dos quais cerca de 500 estão feridos. Por conta dessa situação, as autoridades ucranianas exigem dos russos um corredor humanitário urgente saindo da siderúrgica. Cerca de 120 mil civis permanecem em Mariupol sitiada. Antes da guerra, a cidade tinha cerca de 450 mil habitantes.

Prédios destruídos e fumaça
Mariupol já teve 90% dos prédios destruídosFoto: Peter Kovalev//ITAR-TASS/IMAGO

Zelenski alertou neste sábado que Kiev vai abandonar as negociações com Moscou caso os seus militares entrincheirados em Azovstal sejam mortos pelo exército russo.

"Se os nossos homens forem mortos em Mariupol e se forem organizados pseudo-referendos na região de Kherson, então a Ucrânia irá retirar-se de qualquer processo de negociação", disse Zelenski, numa conferência de imprensa numa estação de metrô no centro de Kiev.

Ele reiterou a sua disponibilidade para se reunir com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, "para pôr fim à guerra".

"Penso que quem começou esta guerra, poderá acabar com ela", afirmou Zelenski, destacando que não tem "medo de encontrar [Putin]", se isso levar a um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia.

Na conferência de imprensa, o presidente ucraniano também informou que o chefe de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, visitarão Kiev neste domingo.

Às 12h (horário local), um cessar-fogo deveria ter sido iniciado em Mariupol para a evacuação de civis, mas, novamente, a tentativa falhou. Cerca de 200 moradores se reuniram para a retirada mas foram orientados pelos militares russos a se dispersarem, devido a ameaças de novos bombardeios.

Complexo siderúrgico de Azovstal
Cerca de mil pessoas seguem no complexo siderúrgico de AzovstalFoto: Peter Kovalev//ITAR-TASS/IMAGO

Mais uma vala comum

Petro Andryushchenko, assessor do prefeito de Mariupol, afirmou que os invasores russos estão "limpando" cadáveres dos escombros do teatro da cidade, bombardeado por tropas russas.

Os corpos são embrulhados em sacos plásticos e transportados em caminhões e tratores para uma área industrial e de lá para a cidade de Mangush, onde são jogados em uma vala de 300 metros, detalhou o assessor em mensagem no Telegram.

A Ucrânia vem acusando a Rússia de abrir valas comuns para empilhar os mortos na guerra. 

Combates no leste

Os combates também continuaram no leste da Ucrânia. Na região de Lugansk, duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas no assentamento de Zolote, disse o governador Serhiy Hajday. As cidades de Popazna, Rubishne e Sieverodonetsk foram fortemente bombardeadas. As tubulações estão sendo constantemente danificadas, o que coloca em risco o abastecimento, sobretudo de água potável, da população que permanece na região.

Segundo a administração regional, três pessoas morreram e sete ficaram feridas na região vizinha de Donetsk na sexta-feira. Na região de Kharkiv, o governador Oleh Synyehubov, relatou dois mortos e 19 feridos como resultado de 56 ataques em 24 horas.

le (EFE, Lusa, ots)