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ConflitosTerritório Ocupado da Palestina

Ataque em área humanitária deixa mais de 70 mortos em Gaza

13 de julho de 2024

Mísseis atingiram campo que é refúgio de milhares de palestinos deslocados à força por operação militar israelense. Israel diz que bombardeio visava número 2 do Hamas.

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Multidão perto de prédios destruídos, com coluna de fumaça cinza ao fundo
Campo de refugiados após ataque por mísseis de IsraelFoto: Mohammed Salem/REUTERS

Pelo menos 71 pessoas morreram e mais de 280 ficaram feridas neste sábado (13/07) após um bombardeio lançado por Israel atingir o campo de refugiados de Al-Mawasi, declarado uma "zona humanitária” pelos militares israelenses, no sul da Faixa de Gaza.

Segundo fontes palestinas, três mísseis atingiram o coração da área humanitária de Al-Mawasi – a oeste da cidade de Khan Younis –, onde residem milhares de palestinos deslocados à força no início da operação militar israelense em Rafah, também no sul da Faixa.

O Crescente Vermelho Palestino disse que suas equipes de ambulância transportaram pelo menos 23 corpos e 102 feridos para hospitais da região.

O Ministério da Saúde da Faixa, controlada pelo Hamas, afirmou que as equipes médicas ainda estavam tratando dos casos mais graves.

Os moradores locais também transportam as vítimas para os hospitais em automóveis, carroças puxadas por animais e nos próprios ombros.

Alvo seria número 2 do Hamas

O Exército israelense afirmou que o alvo do ataque à zona humanitária de Al-Mawasi foi Mohamed Deif, comandante das Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas.

Deif é considerado o número dois do grupo islâmico na Faixa de Gaza, atrás apenas de Yahya Sinwar, e um dos principais autores dos ataques de 7 de outubro.

Ao lado de Deif, também era alvo outro membro de alto escalão do Hamas, Rafa'a Salameh, comandante da brigada Khan Younis.

Imediatamente após o ataque, não havia informações sobre se Deif e Salameh estão entre os mortos ou feridos.

Mais tarde, o Exército de Israel afirmou que o ataque ocorreu em um complexo localizado em uma área aberta, rodeado de árvores e edifícios, e não nas tendas de Al-Mawasi, onde estavam milhares de palestinos deslocados.

Já o governo do Hamas em Gaza condenou o bombardeio e disse que o ataque deixou pelo menos uma centena de mortos e feridos e que as equipes de resgate continuam a recuperar corpos, uma vez que quase não existem serviços médicos que possam fazer frente à quantidade de vítimas.

Ataques seguidos a "zona humanitária"

Apesar da designação da área como "zona humanitária" e do fato de o regresso a Rafah ser impossível devido à intensidade dos combates na cidade, o Exército de Israel atacou alvos em Al-Mawasi em diversas ocasiões.

Neste sábado, as forças israelenses confirmaram ter atacado ontem um trabalhador de uma ONG na zona costeira de Al-Mawasi, e disseram que este era membro do grupo islâmico Hamas.

O homem, Hosam Mansur, trabalhava para a organização Al Khair, com sede no Reino Unido e que, segundo denunciou Israel em comunicado militar, "transfere fundos para organizações terroristas, sob o pretexto de atividades humanitárias”.

De acordo com fontes médicas palestinas, pelo menos outras três pessoas morreram no ataque que vitimou Mansur, ocorrido em um armazém de ajuda humanitária na zona costeira de Al-Mawasi, entre Rafah e Khan Younis.

Operações continuam no sul de Gaza

Enquanto isso, os militares continuam a operar no sul de Gaza, onde ontem destruíram um armazém de parapentes do Hamas, de onde partiram alguns dos combatentes que se infiltraram em Israel durante os ataques de 7 de outubro.

"Em ataques controlados no último dia, as tropas desmantelaram várias bocas de túneis terroristas e eliminaram vários terroristas do Hamas”, afirmou o Exército de Israel em um comunicado neste sábado.

Desde o início da guerra no enclave, pelo menos 38.300 palestinos morreram e milhares permanecem soterrados sob os escombros, a maioria deles mulheres e crianças, segundo as autoridades de saúde de Gaza.

md (EFE, AFP, Reuters)