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ConflitosOriente Médio

Ataque em Gaza mata seis funcionários de agência da ONU

12 de setembro de 2024

Entidade critica ataque e afirma já ter perdido 220 trabalhadores humanitários desde o início da guerra. Israel apresentou lista de combatentes que estariam no local e diz que três deles teriam função dupla.

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Mulher muçulmana com uma criança nos braços e expressão de sofrimento; ao fundo, destroços no pátio de uma escola usada como abrigo
Ao menos 18 pessoas teriam sido mortas na ação, incluindo mulheres e crianças, segundo autoridades palestinas em área controlada pelo HamasFoto: Moez Salhi/Anadolu/picture alliance

Seis funcionários da UNRWA, a agência das Nações Unidas para refugiados palestinos, foram mortos em um ataque israelense a um abrigo da entidade na Faixa de Gaza nesta quarta-feira (11/09).

Segundo autoridades palestinas da área controlada pelo Hamas, ao menos 18 pessoas teriam sido mortas na ação, incluindo mulheres e crianças, sendo que uma das vítimas era o administrador do abrigo, instalado na escola Al-Jaouni, em Nuseirat.

A ONU diz que o local abriga cerca de 12 mil refugiados da guerra e que já sofreu cinco bombardeios desde o início do conflito. Desde então, a entidade afirma já ter perdido 220 funcionários, sendo que o ataque desta quarta-feira foi o mais letal.

"Este incidente deve ser investigado de forma independente e minuciosa para garantir a responsabilização", afirmou o porta-voz da ONU Stephane Dujarric. "A contínua falta de proteção efetiva para os civis em Gaza é inconcebível."

Indagado sobre se era possível descartar a presença de combatentes do Hamas no abrigo, Dujarric, porém, disse não poder responder à pergunta.

Lista de combatentes que estariam no local

O Exército israelense alega que o local também estava sendo usado por combatentes do Hamas e listou nove nomes entre os mortos, sendo que três deles trabalhavam oficialmente para a UNRWA – uma acusação que a ONU disse não estar "em posição de comentar ou verificar".

Israel acusa a agência de conluio com o Hamas e disse que centenas de funcionários teriam dupla atuação.

No que também pareceu ser uma crítica velada ao Hamas, Guterres "pediu a todas as partes" – mas sem mencionar o grupo palestino – "que se abstenham de usar escolas, abrigos ou seus arredores para fins militares".

Israel tem repetidamente afirmado que toma medidas para reduzir o dano a civis e acusado o Hamas de usá-los como escudo humano.

O atual conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque terrorista sem precedentes de 7 de outubro, quando radicais palestinos invadiram Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns. A resposta israelense ao atentado deixou mais de 41 mil palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde em Gaza.

ra (Reuters, EFE, ots)