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Arábia Saudita diz querer tornar o Catar uma ilha

1 de setembro de 2018

Membro do governo afirma esperar "impaciente" criação de canal que separaria país vizinho da Península Árabe. Mensagem parece confirmar notícias veiculadas há meses e criticadas como tática para intimidar Doha.

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Homem em traje típico árabe anda diante de navio cargueiro em porto em Doha, no Catar
Porto de Doha, no CatarFoto: picture-alliance/dpa/Zumapress

Uma autoridade saudita insinuou nesta sexta-feira (31/08) que seu país está avançando com um plano para construir um canal que transformaria a península vizinha do Catar em uma ilha. A afirmação é feita em meio a uma disputa diplomática entre as nações do Golfo.

"Como cidadão, estou aguardando impacientemente detalhes sobre a implementação do projeto da ilha de Salwa, um grande e histórico projeto, que mudará a geografia da região", afirmou no Twitter Saud Al Qahtani, assessor do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman.

As autoridades sauditas não responderam aos pedidos de comentários e não houve reação imediata do Catar sobre o plano.

Qahtani tem mencionado o projeto no Twitter nos últimos meses, mas sua mensagem de sexta-feira foi a referência mais clara a uma iniciativa que críticos não consideram um plano sério, mas uma tática de relações públicas destinadas a intimidar o Catar.

O plano, que separaria fisicamente a península do Catar da parte continental da Arábia Saudita, é o mais recente ponto de tensão em uma disputa de 14 meses entre os dois Estados.

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito cortaram laços diplomáticos e comerciais com o Catar em junho de 2017, acusando o país de apoiar o terrorismo e de ajudar o Irã – acusações que Doha rejeita.

Em abril, surgiram as primeiras notícias sobre o projeto no site de notícias pró-governo Sabq. Fontes anônimas afirmaram que os planos do governo são construir um canal – de 60 quilômetros de extensão, 200 metros de largura e 20 metros de profundidade – que percorreria toda a extensão da fronteira do reino com o Catar.

Parte do canal, que custaria até 2,8 bilhões de riais (750 milhões de dólares), seria reservada a uma base militar e à instalação de um depósito de resíduos nucleares.

Cinco empresas especializadas em cavar canais foram convidadas a participar de uma concorrência para realização do projeto e o vencedor será anunciado em setembro, afirmou em junho o jornal Makkah Newspaper.

Depois que a crise começou no ano passado, o Catar – uma pequena nação peninsular – teve sua única fronteira terrestre fechada, sua companhia aérea estatal proibida de usar o espaço aéreo de seus vizinhos, e cidadãos do Catar foram expulsos dos países vizinhos.

Os esforços de mediação liderados pelo Kuwait e pelos Estados Unidos, que têm no Catar sua maior base aérea no Oriente Médio, não conseguiram resolver a disputa.

MD/afp/rtr

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