Artistas vestem a camiseta da paz
13 de março de 2003"Guerra não é resposta", trazia a cantora americana Sheryl Crowl estampada em sua camiseta durante a cerimônia de premiação do American Music Awards. George Michael tentou o mesmo no programa inglês Top of the pops, mas sua camiseta "não à guerra, Blair fora" foi barrada na porta. E, pelo furor que a apresentação de Robbie Williams cantando Give peace a chance causou na premiação do alemão Echo-Awards, parece que são os artistas os que mais levantam a poeira da opinião pública.
O que um popstar diz em frente a uma câmera vem sendo automaticamente transformado em protesto pela mídia, que procura "heróis" passageiros e lhes imprime uma opinião, de forma que expressões de prominentes são sempre um bom sismógrafo da opinião pública. Essa é a opinião de Peter Wippermann, da agência de análise de tendências Trendbüro, de Hamburgo. Entretanto, para ele não há mais a continuidade dos movimentos de paz dos anos 80, e sim "um engajamento rápido e forte", que pode desaparecer da mesma forma.
Unidos por uma causa -
Artistas procuram conectar-se globalmente. Eles apresentam juntos peças teatrais, saraus literários, organizam manifestos, coletam assinaturas. Já em outubro no ano passado, a iniciativa Não em nosso nome reuniu em tempo recorde assinaturas de artistas na casa dos milhares.Na Alemanha, uma bem-sucedida iniciativa partiu do designer gráfico Klaus Staeck, que em janeiro de 2003 coletou mais de 900 assinaturas de artistas, cientistas e intelectuais sob o lema Ação por mais democracia. Entre eles estão o ganhador do prêmio Nobel de Literatura Günter Grass, o filósofo francês Jacques Derrida, os escritores alemães Martin Walser e Christa Wolf, a cineasta alemã Margarete von Trotta e a atriz Vanessa Redgrave. Mais de 130 mebros da Academia das Artes de Berlim-Brandemburgo também assinaram.
Na mais recente edição da Berlinale, o festival de cinema de Berlim, a iniciativa "Freedom2speak" convidou visitantes, artistas, produtores e diretores a se manifestarem frente às câmeras a respeito da guerra, apresentando entre as celebridades o ator Dustin Hoffman. "As pessoas preferem escutar os famosos", disse Gisela Schmalz, uma das organizadoras do evento.
Também durante o Festival de Recklinhausen diversos atores e diretores protestaram contra uma possível invasão do Iraque. Mais de 40 artistas da Alemanha, Grécia e Espanha assinaram uma petição que dizia que uma guerra contra o "terror fundamentalista" não pode ser "a mãe da paz".
Melhor que a guerra –
No próximo sábado (15/3), o teatro da cidade de Erlangen apresenta uma leitura coletiva de doze horas com o tema Algo melhor que a guerra você encontra em qualquer lugar, durante a qual celebridades locais cantarão e lerão poemas e contos.