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ConflitosArmênia

Armênia e Azerbaijão acertam novo cessar-fogo

17 de outubro de 2020

Países anunciam trégua na região separatista de Nagorno-Karabakh. Acordo vem horas após míssil matar vários civis na segunda maior cidade do Azerbaijão, que acusa Armênia pelo ataque.

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Equipes de resgate buscam sobreviventes em meio aos escombros em Ganja
Bombardeio em área residencial no Azerbaijão deixou ao menos 13 mortos durante a madrugadaFoto: Umit Bektas/Reuters

Os ministérios do Exterior da Armênia e do Azerbaijão afirmaram neste sábado (17/10) que os dois países acertaram um cessar-fogo, a ser iniciado à meia-noite no horário local. O anúncio vem horas depois de uma escalada nas hostilidades na região separatista de Nagorno-Karabakh.

Em comunicado, as diplomacias disseram que a decisão foi tomada após os pronunciamentos dos presidente da França, da Rússia e dos Estados Unidos, que clamaram por uma trégua.

Um primeiro cessar-fogo mediado pela Rússia havia sido acordado no sábado passado, para permitir que ambos os lados trocassem prisioneiros e corpos de pessoas que morreram nos mais recentes confrontos na região, iniciados há três semanas.

A trégua, contudo, não foi bem-sucedida. Ambos os países continuaram a realizar ataques, acusando um ao outro de violar o cessar-fogo. O conflito seguiu se escalando ao longo da semana.

Na madrugada deste sábado, o governo do Azerbaijão acusou a Armênia de disparar um míssil que atingiu uma área residencial na cidade de Ganja, a segunda maior do país, destruindo casas e deixando ao menos 13 civis mortos e outros 50 feridos.

União Europeia, Rússia e Estados Unidos pediram, então, o fim dos confrontos e que conversações de paz fossem mediadas por representantes franceses, russos e americanos, que integram o chamado grupo de Minsk.

O grupo foi criado em 1992 pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para estimular uma resolução pacífica e negociada para o conflito em torno da região de Nagorno-Karabakh, em meio a uma guerra que matou ao menos 30.000 pessoas e terminou em 1994, sem um tratado de paz.

Segundo Moscou, antes do anúncio de cessar-fogo deste sábado o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, conversou com autoridades tanto azerbaijanas quanto armênias e disse que ambos os lados precisam "seguir estritamente" o acordo de trégua firmado na semana passada.

Por sua vez, o presidente francês, Emmanuel Macron, divulgou um comunicado logo após o anúncio, pedindo que o cessar-fogo seja "incondicional e estritamente observado por ambas as partes".

"A França estará muito atenta a isso e permanecerá comprometida, para que as hostilidades cessem permanentemente e que diálogos confiáveis possam começar rapidamente", diz a nota.

Conflitos em Nagorno-Karabakh

Nagorno-Karabakh é parte do território do Azerbaijão, mas é povoada e controlada por armênios étnicos desde que uma guerra entre azerbaijanos e armênios se encerrou na região há 26 anos.

O conflito entre 1988 e 1994 deixou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados. Desde então, as hostilidades estavam em grande parte congeladas, apesar de confrontos esporádicos.

A recente escalada de hostilidades, a mais grave desde o fim da guerra, teve início em 27 de setembro passado e já matou centenas de pessoas em poucas semanas.

Localizadas no Cáucaso, Armênia e Azerbaijão são duas ex-repúblicas soviéticas. A Rússia mantém uma aliança militar com os armênios, mas atualmente tem boas relações com o governo azerbaijano e não tem interesse numa escalada no conflito na região. Já o Azerbaijão é apoiado pela Turquia.

EK/afp/ap/dpa/rtr