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Alemanha tem recorde de mais de 140 mil casos de covid

21 de janeiro de 2022

Em forte alta desde a virada do ano, incidência de novos casos em sete dias também volta a bater recorde. Ministro da Saúde alerta que número diário de infecções pode chegar a pelo menos 400 mil em meados de fevereiro.

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Centro de testagem e vacinação contra a covid-19 em Berlim
Quase metade da população alemã já recebeu uma dose de reforçoFoto: Michael Sohn/AP Photo/picture alliance

A Alemanha registrou nesta sexta-feira (21/01) um recorde de 140.160 novos casos de covid-19 em 24 horas, e, o ministro da Saúde alertou que o país pode ter ao menos 400 mil infecções por dia em meados de fevereiro.

Em meio à rápida disseminação da contagiosa variante ômicron do coronavírus, os casos diários aumentaram em quase 50 mil em relação a uma semana atrás, quando foram contabilizados 92.223.

Mais 170 mortes ligadas à covid-19 foram registradas nesta sexta, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI) de proteção e controle de doenças.

A taxa de incidência de novos casos em sete dias, um dos parâmetros para as políticas de controle da pandemia no país, também alcançou um novo recorde: de 706,3 infecções a cada 100 mil habitantes. A taxa vem subindo acentuadamente desde 30 de dezembro, quando estava em 232,8.

Este foi o oitavo dia consecutivo em que o país registrou uma taxa de incidência recorde e o terceiro em relação a novos casos da doença.

Além disso, 3,56 a pessoas a cada 100 mil habitantes tiveram que ser internadas devido à covid-19 nos últimos sete dias. Desde novembro, essa taxa de hospitalizações é usada como parâmetro decisivo para o endurecimento de medidas anticovid no país.

Ministro prevê explosão de casos

O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, afirmou que o número de ao menos 400 mil novos casos de covid-19 por dia será alcançado em meados de fevereiro num cenário otimista, no qual doses de reforço ainda fornecerão proteção muito alta.

O número poderia saltar para mais de 600 mil infecções por dia se as doses de reforço se mostrarem menos eficazes, disse Lauterbach, segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters após participarem de uma discussão entre o ministro e líderes estaduais nesta quinta.

Cerca de 73% da população da Alemanha recebeu a imunização básica completa contra a covid-19, e 49% já tomaram uma dose de reforço, segundo o RKI.

Os números cada vez mais altos de infecções vêm pressionando os hospitais, mas, por enquanto, recaem mais sobre as enfermarias do que sobre as UTIs, segundo a Associação Hospitalar Alemã. Como razão para isso aponta-se o fato de, na média, a variante ômicron, já dominante no país, vir provocando casos leves.

No entanto, Lauterbach espera que o número de pacientes em UTIs aumente significativamente nas próximas semanas, de acordo com as fontes ouvidas pela Reuters. O Ministério da Saúde não quis comentar as afirmações.

Laboratórios no limite

Especialistas estimam que cada vez mais novas infecções não sejam registradas ou sejam reportadas tardiamente, em parte porque laboratórios que analisam testes e departamentos de saúde estão operando no limite.

Em Berlim, onde a taxa de incidência de 1.258 é atualmente a segunda mais alta da Alemanha, o transporte público, policiamento, creches e hospitais estão tendo que remanejar as operações para lidar com o número cada vez maior de trabalhadores em quarentena.

Na próxima segunda-feira, líderes dos governos federal e estadual discutirão medidas para conter a alta de casos no país.

Desde o início da pandemia, a Alemanha contabilizou mais de 8,4 milhões de infecções e mais de 116 mil mortes em decorrência da covid-19.

lf (Reuters, AFP, ARD)