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Crescimento da Alemanha sustenta zona do euro no primeiro trimestre

16 de maio de 2012

A economia da zona do euro estagnou e, sem a Alemanha, estaria no vermelho. Mas há esperança de recuperação, pois os países mais afetados conseguiram frear significativamente a crise.

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Foto: picture-alliance/dpa

Graças ao desempenho econômico surpreendentemente elevado da Alemanha no primeiro trimestre de 2012, a zona do euro sobreviveu aos três primeiros meses do ano. O Produto Interno Bruto (PIB) dos 17 países do euro estagnou de janeiro a março na comparação com o trimestre anterior, de acordo com dados divulgados pela agência de estatísticas da União Europeia (Eurostat) nesta terça-feira (15/05).

Entretanto, o bloco permanece dividido. A forte Alemanha, após um leve baque no ano passado, cresceu 0,5%, e a França – a segunda maior economia da Europa – estagnou. Enquanto isso, nos países em crise, prevaleceu o cenário desfavorável. Da mesma maneira que no trimestre anterior, a economia espanhola encolheu 0,3%, e a italiana, 0,8%. Sem a Alemanha, a zona do euro teria decrescido 0,25% e, com isso, entrado em recessão – calculam economistas do Commerzbank.

Equilíbrio alemão

A Alemanha mostrou mais uma vez ser o pilar que sustenta a Europa. "O declínio observado no último trimestre de 2011 não foi o início de uma recessão, mas apenas um baque conjuntural", diz Jörg Krämer, economista-chefe do Commerzbank. Segundo o especialista, a Alemanha está claramente em uma situação melhor que o resto da zona do euro, porém, não se sabe se o país seguirá nesse ritmo.

Outros se mostram otimistas. É o caso de Ferdinand Fichtner, economista-chefe do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica, em Berlim. Ele considera que, além das exportações, a economia alemã tenha um segundo fator de solidez: o consumo. "Principalmente as boas condições do mercado de trabalho sustentam a economia alemã. As famílias se beneficiam com o aumento da segurança com relação aos postos de trabalho e com os aumentos salariais, que serão superiores à inflação. O consumo estimulará significativamente o crescimento na Alemanha", afirma Fichtner.

Indicadores conjunturais

Outros especialistas do mercado financeiro têm uma perspectiva distinta. O Centro de Pesquisa Econômica Europeia (ZEW, na sigla em alemão) consulta regularmente 300 analistas e investidores sobre suas expectativas conjunturais, e elas foram claramente mais moderadas em maio do que em abril. Em um mês, o índice conjuntural do ZEW caiu para menos da metade, de 23,4 a 10,8 pontos.

"Do ponto de vista dos especialistas do mercado financeiro, as incertezas por conta da crise da dívida na zona do euro se intensificaram nas últimas semanas", diz Wolfgang Franz, presidente do ZEW. Pode ter contribuído para a queda do índice o fato de, antes das eleições na Grécia e na França, ter aumentado a incerteza sobre a determinação dos governos europeus para combater a crise da dívida soberana na zona do euro, acredita Franz.

Freio no recuo da economia

As estatísticas do Eurostat mostram que os países em crise do sul da Europa já conseguiram desacelerar a trajetória de declínio da economia. Na comparação com o primeiro trimestre de 2011, a Espanha reduziu seu crescimento de -0,4% para -0,3%; e a Itália, de -1,3 para -0,8. Portugal, cuja economia havia recuado 2,2% nos primeiros três meses do ano passado, quase inverteu a tendência, com seus atuais 0,1% de encolhimento da economia.

"Apesar do recente declínio dos indicadores conjunturais, acreditamos que o ponto mais crítico já tenha sido alcançado", considera Christoph Weil, do Commerzbank. "Os juros extremamente baixos e a estabilização do ambiente econômico externo dão esperança de um leve crescimento da economia da zona euro na segunda metade do ano."

No entanto, Weil estabelece como condição para seus prognósticos que a crise da dívida se mantenha sob controle. "Com uma nova onda de incerteza, a economia da zona do euro voltará a encolher", prevê.

Autor: Rolf Wenkel (lpf)
Revisão: Roselaine Wandscheer