Rede insegura
6 de fevereiro de 2011O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, alertou contra os ataques através da internet, em entrevista ao jornal Die Welt. A cada dois ou três segundos ocorre uma investida contra a rede nacional, quer perpetrado por particulares, quer por governos, e o sistema informático do governo federal alemão sofre tentativas de invasão quatro ou cinco vezes por dia.
"Sem que possamos prová-lo, partimos do princípio de que serviços secretos de outros países estejam envolvidos", revelou o político democrata-cristão. Ele não exclui a possibilidade de que toda a Alemanha possa vir a ser paralisada por um ataque pela internet. Tal ocorreu em 2007 na Estônia, impedindo as atividades de bancos, ministérios e departamentos de segurança durante vários dias.
"Centro nacional de ciberdefesa"
Em fevereiro, Berlim irá deliberar sobre uma nova estratégia para a assim chamada "cibersegurança", informou De Maizière. Para evitar futuras investidas, ele planeja criar um centro nacional de ciberdefesa.
Sob a orientação do Departamento Federal de Segurança em Técnica de Informação (BSI), nele atuarão o Serviço de Defesa da Constituição e o Departamento de Proteção à População e Proteção contra Catástrofes (BBK), entre outras repartições.
O centro incluirá, ainda, representantes de setores-chave que dependem do funcionamento da internet, como os encarregados da segurança em transferências e depósitos financeiros. Além disso, está prevista uma interface com o setor comercial, propiciando o intercâmbio de informações sobre ciberataques.
Questão de economia
Neste sábado (05/02), os participantes da Conferência Internacional de Segurança, realizada pela 47ª vez em Munique, debateram pela primeira vez detalhadamente o tema cibersegurança. Em seu discurso, a chefe de governo alemã, Angela Merkel, apelou por um novo raciocínio na luta contra o perigo que vem pela internet.
Ela apontou a necessidade de acordos internacionais para a rede informática, para evitar que a velha espiral de defesa e ataque se reproduza no ciberespaço. No momento, estão em discussão tratados semelhantes aos que regulam a utilização do espaço sideral, mencionou a premiê.
O consenso entre os países é no sentido do livre acesso e de uma utilização exclusivamente pacífica, assegurou. Segundo Merkel, sem um acordo internacional, cada nação terá que seguir o próprio caminho. "Gastaremos muito dinheiro com isso, sem que consigamos resolver nossos problemas", advertiu.
Autora: Klaudia Prevezanos (av)
Revisão: Carlos Albuquerque