Fraudes fiscais
20 de fevereiro de 2008Depois de um encontro com o chefe de governo de Liechtenstein, Otmar Hasler, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, acentuou que o principado deveria passar a integrar vários acordos internacionais destinados a evitar fraudes fiscais.
"O que é possível nos EUA, deveria também ser com a União Européia", disse Merkel, ao lembrar o fluxo de capital norte-americano ao principado. O governo de Liechtenstein precisou se comprometer a registrar perante Washington transferências de dinheiro dos EUA para o principado.
Palavras na balança
Merkel e Hasler salientaram que ambos os países têm interesse em manter boas relações, mesmo após a troca de farpas da última semana. A premiê alemã preferiu não polemizar mais em torno das declarações do chefe de Estado, o príncipe Alois von und zu Liechtenstein. Merkel comentou que "não pretende pesar demais as palavras do príncipe".
Mesmo que o teor das declarações de Merkel e Hasler tenham girado em torno da manutenção da harmonia entre Berlim e Vaduz, a premiê alemã não deixou de ressaltar que ainda há "questões em aberto" que precisam ser resolvidas com urgência.
Hasler observou que, pouco a pouco, o principado caminha em direção a um ajuste aos parâmetros legais da União Européia. Na próxima semana, Liechtenstein deverá assinar o Acordo de Schengen, que abole o controle de fronteiras dentro da União Européia e já vigora há vários anos.
Outro suspeito
A questão envolvendo os métodos do serviço secreto alemão para obtenção de dados relativos a fraudes fiscais está sendo analisada por uma comissão parlamentar. As investigações que apuram casos de sonegação de impostos levaram ao nome do responsável pela proteção de dados do estado da Baviera, Karl-Michael Betzl.
Há rumores de que Betzl pode se afastar temporariamente do cargo, até que seu suposto envolvimento em fraudes fiscais seja averiguado, embora ele negue qualquer tipo de fraude fiscal. O serviço de proteção de dados bávaro não confirmou ainda o propósito do envolvido. (sv)