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Alemanha preenche seus reservatórios de gás a todo vapor

29 de agosto de 2022

Metas de armazenamento de gás estabelecidas pelo governo estão se cumprindo antes do previsto, afastando a possibilidade de um inverno sem aquecimento. Gás russo agora representa menos de 10% do consumo no país.

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Instalação de armazenamento de gás
Armazenamento de gás na Alemanha atingiu quase 85% de sua capacidade, um mês antes do previstoFoto: Barbara Gindl/APA/AFP/Getty Images

O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, afirmou que as metas estabelecidas pelo governo para preencher as instalações de armazenamento de gás estão sendo alcançadas antes do previsto – reduzindo os temores de uma grave escassez de gás durante o inverno europeu devido à guerra na Ucrânia.  

"Os reservatórios estão se enchendo mais rapidamente do que o planejado", disse o ministro à revista alemã Der Spiegel, em entrevista publicada neste domingo (28/08).

Segundo a Gas Infrastructure Europe (GIE), associação que reúne operadores de infraestruturas de gás em todo o continente europeu, os níveis de armazenamento alemães atingiram cerca de 82%.

À Spiegel, Habeck afirmou que a próxima meta, de atingir 85% da capacidade de armazenamento até outubro, pode ser batida até o início de setembro.

Da mesma forma, a meta seguinte, de preencher 95% da capacidade dos reservatórios até 1º de novembro, também deverá ser cumprida antes do previsto.

Cai dependência de energia russa

A Alemanha tenta atualmente garantir fontes alternativas de gás para abastecer o país durante os meses frios de inverno, que tem início no fim do ano, enquanto busca eliminar sua dependência da energia russa em meio à guerra na Ucrânia.

Moscou tem anunciado constantes suspensões no fornecimento de gás por meio do gasoduto Nord Stream 1, que liga a Rússia diretamente à Alemanha. A partir de 31 de agosto, o gasoduto deverá ser fechado novamente por três dias. O fluxo de gás da Rússia já havia sido reduzido para 20% da capacidade do Nord Stream 1 há várias semanas.

A boa notícia para Berlim é que, enquanto o gás russo representou 55% do consumo da Alemanha em 2021, essa parcela foi reduzida para apenas 9,5% em agosto. As importações de gás da Noruega e da Holanda agora têm mais peso no consumo do país.

A Alemanha também espera fluxos de gás natural liquefeito (GNL) da França assim que questões organizacionais e técnicas forem resolvidas.

Evitando um inverno sem aquecimento

O armazenamento de gás na Alemanha permitirá que as empresas fornecedoras de energia recorram a esses reservatórios sempre que necessário para atender à demanda, atuando como uma espécie de amortecedor para o mercado atualmente volátil.

"As empresas poderão retirar gás das instalações de armazenamento conforme planejado durante o inverno para também abastecer as indústrias e as residências", disse Habeck à Spiegel.

Há temores na Alemanha – ainda não completamente extintos – de que a escassez de gás force a indústria alemã a suspender suas atividades e, na pior das hipóteses, obrigue os cidadãos a encararem o rigoroso inverno sem aquecimento suficiente em suas residências.

O ministro alemão ainda está sob pressão devido a uma sobretaxa sobre o gás, anunciada recentemente pelo governo, que fará com que residências e empresas tenham que pagar um extra de 0,024 centavos de euros por quilowatt-hora consumido.

A sobretaxa cobrirá cerca de 90% dos custos adicionais incorridos pelos fornecedores de gás que estão tendo que pagar mais pelo combustível, mas ao mesmo tempo fará os custos aumentarem drasticamente para os consumidores.

ek/bl (DPA, Reuters)