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Alemanha pede para que seus cidadãos deixem o Irã

12 de abril de 2024

Berlim adverte para risco "escalada súbita" nas tensões entre Israel e Irã e ameaça de prisões arbitrárias pelo regime iraniano. Lufthansa suspende voos para Teerã.

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Embaixada da Alemanha no Irã
Embaixada da Alemanha no IrãFoto: picture-alliance/dpa

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha alertou na noite desta sexta-feira (12/04) cidadãos alemães que estejam no Irã a deixarem o país, citando as crescentes tensões entre o regime fundamentalista de Teerã e Israel.

"Nas tensões atuais, especialmente entre Israel e o Irã, há o risco de uma escalada repentina", escreveu a pasta em um alerta. "Não se pode excluir que as rotas de transporte aéreo, terrestre e marítimo possam ser afetadas", acrescentou o ministério.

O governo alemão também destacou o risco de cidadãos alemães no Irã sofrerem prisões arbitrárias por parte do regime dos aiatolás.

"Cidadãos alemães correm o risco concreto de serem arbitrariamente presos e interrogados e de receberem longas sentenças de prisão. Os cidadãos com dupla nacionalidade, iraniana e alemã, estão especialmente em risco", disse o Ministério das Relações Exteriores.

"Até mesmo pessoas que puderam entrar e sair do país sem problemas no passado podem ser presas arbitrariamente com base em alegações recentes ou novas. São possíveis longas sentenças de prisão em condições severas; para alegações mais sérias, também podem ser impostas punições corporais ou a pena de morte", acrescentou a pasta. "Não viaje para o Irã, especialmente se tiver criticado o país e seu sistema político no passado."

Mais cedo, o governo alemão também advertiu para que seus cidadãos evitem viajar a Israel e os territórios palestinos, também citando as tensões com o Irã

Ainda nesta sexta-feira, a companhia aérea alemã Lufthansa informou que cancelou até o dia 18 de abril todos os seus voos para Teerã e informou que suas aeronaves também vão passar a evitar o espaço aéreo iraniano durante o período.

A Alemanha é um dos principais aliados de Israel, que no momento está sob alerta para um possível ataque iraniano.

Outros países, como a França, Polônia, Índia e Reino Unido também emitiram alertas para que seus cidadãos evitem viajar para Israel e o Irã.

Risco de ataque

Nesta sexta-feira, o governo americano, outro aliado de Israel, também alertou para a possibilidade de o Irã lançar um ataque contra alvos israelenses. O presidente americano, Joe Biden, disse que espera que o eventual ataque aconteça "mais cedo do que se espera” e instou os iranianos a frearem qualquer iniciativa hostil.

"Estamos dedicados à defesa de Israel. Apoiaremos Israel. Ajudaremos a defender Israel, e o Irã não terá sucesso”, disse Biden.

As tensões entre o Irã e Israel remontam há décadas e são particularmente alimentadas pelo apoio do regime fundamentalista de Teerã a grupos islâmicos que se opõem aos israelenses, como o Hisbolá e o Hamas, com o qual Tel Aviv vem travando uma guerra em Gaza. Mas as tensões sofreram uma nova escalada no início do mês, quando os israelenses atacaram um complexo diplomático iraniano na Síria, deixando 16 mortos, incluindo dois altos comandantes da Guarda Revolucionária iraniana. Desde então, líderes do regime iraniano têm ameaçado lançar uma retaliação.

jps (ots)