1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
HistóriaBósnia e Herzegovina

Alemanha desiste de mérito a historiador que nega genocídio

1 de janeiro de 2022

Gideon Greif é um grande pesquisador do Holocausto e, por isso, receberia a maior honraria alemã. Porém, planos foram cancelados por ele negar que extermínio de 8 mil muçulmanos no massacre de Srebrenica seja genocídio.

https://p.dw.com/p/452l9
Bosnien und Herzegowina | 26. Jahrestag Massaker von Srebrenica
Foto: Darko Bandic/AP Photo/picture alliance

O governo alemão desistiu de conceder sua maior honraria, a Ordem de Mérito da Alemanha, ao historiador israelense Gideon Greif, um negacionista do genocídio de Srebrenica na Bósnia, anunciou a agência de notícias alemã dpa nesta sexta-feira (31/12).

A notícia de que o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, deveria entregar o prêmio a Greif pela sua extensa contribuição aos estudos do Holocausto causou uma onda de críticas na Bósnia-Herzegovina.

Greif centrou seus trabalhos nos EUA e em Israel ao extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, ele também fez parte de um grupo que, em julho, publicou um extenso relatório de mais de 1.000 páginas que sugere que a morte de milhares de muçulmanos no massacre de Srebrenica, em 1995, não foi um genocídio.

Gideon Greif de terno escuro, segura um livro.
Gideon Greif receberia homenagem por seus estudos sobre o HolocaustoFoto: Friso Gentsch/dpapicture alliance

O relatório, encomendado pelo líder sérvio-bósnio Milorad Dodik, foi amplamente rejeitado por outros historiadores independentes. Dodik é um defensor da secessão da parte sérvia da Bósnia-Herzegovina, a Republika Srpska.

Além disso, críticos argumentam que Greif aumenta em seus trabalhos o número real de vítimas sérvias durante a Segunda Guerra Mundial.

O massacre de Srebrenica

Em 11 de julho de 1995, forças militares e paramilitares sérvias da Bósnia, sob o comando de Ratko Mladic, conhecido como "o açogueiro dos bálcãs", invadiram a cidade de Srebrenica, no leste da Bósnia e, em poucos dias, mataram cerca de 8 mil homens e meninos muçulmanos. O massacre ocorreu no final da Guerra da Bósnia (entre 1992 e 1995), conflito no qual sérvios lutaram contra bósnios e croatas.

Até agora, os restos de quase 6.900 vítimas foram encontrados e identificados após serem retirados de mais de 80 valas comuns. Todos os anos, mais corpos são identificados e sepultados.

As sentenças do Tribunal Internacional de Crimes de Guerra para a ex-Iugoslávia em Haia classificam o massacre de Srebrenica como genocídio, o que é contestado por alguns oficiais sérvios da Bósnia e pela vizinha Sérvia.

Em julho deste ano, o alto representante da ONU na Bósnia, Valentin Inzko, considerou a negação do genocídio de Srebrenica um crime.

Em 2021, um tribunal de guerra da ONU confirmou a pena de prisão perpétua para Ratko Mladic, por causa do massacre de Srebrenica e outros crimes de guerra. 

le (ap, dpa, ots)