Alemanha cortará auxílio para os não vacinados em quarentena
22 de setembro de 2021Os alemães que não se vacinarem contra a covid-19 perderão o direito de receber indenização por perdas salariais se precisarem ficar em quarentena devido às medidas sanitárias da pandemia, anunciou nesta quarta-feira (22/09) o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn.
O Estado alemão tem financiado as perdas de salário dos trabalhadores que são obrigados a se isolar por pelo menos cinco dias após terem tido contato com uma pessoa infectada ou por terem retornado de um país considerado de "alto risco" de coronavírus.
O auxílio financeiro, contudo, será encerrado em 1º de novembro, afetando particularmente os não vacinados, já que alemães totalmente imunizados não precisam mais fazer quarentena em tais situações.
Spahn fez o anúncio após uma reunião com os secretários de Saúde dos 16 estados da Alemanha, na mais recente tentativa do governo de apertar o cerco aos não imunizados e encorajar mais alemães a tomarem a vacina.
Segundo o ministro, ser vacinado ou não contra a covid-19 continua sendo uma "decisão pessoal" de cada um, mas quem optar por não ser inoculado terá então que "assumir a responsabilidade por isso, incluindo os custos financeiros".
"Algumas pessoas dirão que isso significa pressão sobre os não vacinados. Acho que precisamos olhar pelo outro lado – é também uma questão de justiça", afirmou Spahn.
A Alemanha já vacinou totalmente 63,4% de sua população. O governo busca agora atingir uma taxa de imunização de 75% a fim de evitar um aumento acentuado de casos durante os meses de inverno no hemisfério norte, entre dezembro e março.
Segundo o ministro da Saúde, o governo prevê que todos os alemães que quiserem se vacinar já terão tido a oportunidade até 1º de novembro, o que justifica a escolha da data para cortar o auxílio aos não vacinados.
Cerco fechado aos não vacinados
Com a campanha de vacinação perdendo força no país, surgem debates sobre maiores restrições aos não imunizados, embora a vacina obrigatória para partes da população tenha sido descartada até agora na Alemanha, diferente de outros países europeus.
Vários estados alemães introduziram regras que permitem que restaurantes e outros estabelecimentos de lazer restrinjam a entrada somente a pessoas vacinadas, testadas ou que possam mostrar que se recuperaram recentemente da doença.
Além disso, a partir de outubro, os testes rápidos de coronavírus deixarão de ser gratuitos na Alemanha, também numa tentativa de estimular os cidadãos a se vacinarem. Caso contrário, terão que pagar pelos exames do próprio bolso para continuar frequentando certos locais.
ek (AFP, AP, DPA)