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Alemanha condena duas pessoas por vender "cura do câncer"

16 de junho de 2023

Dupla prometia a pacientes terminais remédio capaz de curar a doença de forma rápida. Penas vão de três a seis anos de prisão. Pacientes pagavam mais de R$ 30 mil pelo medicamento ineficaz.

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Mulher com rosto desfocado ao lado de homem de terno e de dois seguranças
O tribunal também ordenou que quantias de cinco dígitos em euros fossem confiscadasFoto: picture alliance/dpa

Um tribunal regional da cidade de Ingolstadt, no estado alemão da Baviera, condenou nesta sexta-feira (16/06) duas pessoas à prisão por enganarem pessoas com câncer terminal. Os dois prometiam uma "cura milagrosa" para a doença.

O fornecedor do suposto remédio, um homem de 68 anos, recebeu uma pena de seis anos e nove meses de detenção. Uma naturopata de 57 anos que prescrevia o produto foi condenada a três anos de prisão por participação no golpe. As penas impostas, porém, ficaram abaixo das pedidas pelo promotores, que exigiam de três anos e 10 meses a oito anos de prisão para os réus.

Os dois teriam promovido o remédio BG-Mun, afirmando que ele seria capaz de curar o câncer rapidamente, sem apresentar qualquer evidência que comprovasse esse efeito.

"Cura" custava até 6 mil euros

De acordo com o juiz que proferiu a sentença, os pacientes pagam cerca de 6 mil euros (R$ 31,6 mil) pelo remédio e chegavam a largar o tratamento convencional, acreditando completamente na cura pelo medicamento milagroso.

O tribunal também ordenou que quantias de cinco dígitos em euros fossem confiscadas, a fim de retirar dos réus o lucro da venda da suposta cura milagrosa.

O caso veio a público em reportagem da TV Stern, no canal RTL. Na ocasião, um pesquisador da Universidade de Bremen descreveu as ações dos réus como "lucro" em cima do sofrimento de pacientes desesperados.

O processo durou dois anos e foi o julgamento mais longo do tribunal distrital de Ingolstadt até hoje.

O tribunal enfatizou, porém, que o caso e as sentenças não devem desacreditar o trabalho dos naturopatas de uma forma geral. 

"O processo não tem nada a ver com a medicina naturopática como tal", disse o juiz.

le (AFP, DPA)