Alemães protestam contra Israel
6 de abril de 2002Milhares de pessoas protestaram na Alemanha, neste sábado (6), contra a ofensiva de Israel nos territórios palestinos. Mais de 4 mil pessoas foram às ruas de Bonn, Dortmund, Karlsruhe, Hanôver e Bremen. A comunidade palestina de Berlim convocou para esta noite uma marcha fúnebre em memória dos mortos da ocupação israelense. Partiram críticas também do governo alemão à operação israelense "Muro Protetor".
A ministra alemã da Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul, criticou o governo de Ariel Sharon por causa de suas ações militares. "Não conseguirá a paz quem acredita que vai por fim às ações terroristas de uma parte dos palestinos com ocupação militar", disse a política do Partido Social Democrático (SPD), presidido pelo chanceler federal, Gerhard Schröder. Ela afirmou ser evidente que "estão sendo cometidas injustiças terríveis na região".
Provocação
– A ministra qualificou como "uma provocação" o fato de o gabinete de Sharon ter impedido um encontro de uma missão de paz da União Européia com Arafat e exigiu o envio de observadores estrangeiros à Palestina. O governo israelense proibiu que o líder palestino de receber o presidente do Conselho de ministros da UE e chanceler espanhol, José Piqué, e o coordenador da política externa e de segurança da comunidade, Javier Solana, na quinta-feira (4). Arafat está isolado em seu quartel-general desde a sexta-feira de Páscoa.Mais violência
- A escalada da violência prosseguiu na Cisjordânia, neste sábado, apesar da exigência dos Estados Unidos e dos apelos internacionais pela retirada das tropas israelenses das cidades que ocuparam nos últimos dias, no lastro da operação "Muro Protetor", lançada em resposta aos atentados suicidas palestinos. A Autoridade Nacional Palestina (ANP) anunciou que o presidente Arafat está sem telefone nem energia elétrica, desde sexta-feira (5). O Exército israelense confirmou a interrupção do fornecimento de energia ao quartel-general do líder palestino, mas negou que seja o responsável.Mulher-bomba - Em Nablus e perto de um campo de refugiados os combates continuaram neste sábado. O grupo radical islâmico Hamas informou que 15 palestinos morreram nos combates em Jenin na última madrugada. Organizações militantes teriam começado a distribuir cinturões de explosivos e granadas entre os moradores do campo de refugiados em Jenin, cercado por tropas israelenses, segundo um porta-voz do Hamas. Ele contou que uma mulher, com bombas atadas ao corpo, explodiu-se quando soldados aproximavam-se de sua casa.