"Não se pode falar em contenção da covid-19 na Alemanha"
14 de abril de 2020Apesar da queda no número de novas infecções pelo coronavírus Sars-Cov-2 na Alemanha durante o feriado de Páscoa, que terminou nesta segunda-feira (13/04) no país, o Instituto Robert Koch (RKI) de prevenção e controle de doenças ainda não a disseminação do vírus no país como contida.
Desta segunda para terça, os novos casos aumentaram em 2.082, para 125.098 em todo o país, segundo números do RKI. O número total de mortes divulgado pelo órgão é de 2.969. Este foi o quarto declínio no número de infecções diário após quatro dias de aumento.
"Ainda não podemos falar em contenção. Vemos uma desaceleração", afirmou o presidente do RKI, Lothar Wieler, em coletiva de imprensa em Berlim nesta terça. Wieler disse que, por ocasião do feriado, foram realizados menos testes para detectar o patógeno causador da doença respiratória covid-19.
O presidente do RKI ainda disse que o objetivo é que a taxa básica de reprodução do vírus caia para 1 ou fique abaixo desse nível. Isso quer dizer que uma pessoa infectada com o coronavírus contagiaria, no máximo, uma pessoa ou menos, em média. Atualmente, o RKI calcula esse número em 1,2 na Alemanha.
Segundo Wieler, em geral há tendências positivas para as quais toda a população alemã teria contribuído. Ele destacou que o país conseguiu dissociar a onda de gripe – que normalmente assola o país no final do inverno europeu, no primeiro trimestre do ano – da onda de covid-19. Assim, os hospitais estão com mais capacidades para atender pacientes que necessitam de terapia intensiva, com leitos e aparelhos respiratórios suficientes. Segundo Wieler, a dinâmica atual da covid-19 no país não deverá acarretar em sobrecarga do sistema de saúde.
Mas Wieler insistiu que as regras de distanciamento social e de higiene devem continuar sendo estritamente respeitadas. "Não vamos baixar a guarda", disse o pesquisador, segundo o qual essas medidas estão surtindo efeito. O problema, segundo ele, é que a estabilização dos números está acontecendo a um "nível relativamente alto de casos" e que não há uma tendência clara de redução.
Apesar de concordar com a maior parte das recomendações da Academia Nacional de Ciências da Alemanha, que emitiu parecer defendendo a reabertura gradual e sob certas condições de escolas do ensino fundamental e médio no país, o RKI acredita que primeiro os alunos dos anos letivos mais avançados deveriam voltar às aulas.
De acordo com Lothar Wieler, o motivo é que as regras de distanciamento seriam mais respeitadas entre os jovens do que com crianças mais novas. "Porém, essa é uma decisão política", acrescentou.
A Academia Nacional de Ciências é conhecida como Leopoldina, tem sede em Halle e serve de consultora do governo alemão.
RK/dpa/rtr/ots
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