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AGU pede que envolvidos no 8 de Janeiro paguem R$ 21 milhões

13 de fevereiro de 2023

Órgão solicita que 54 pessoas e três empresas sejam condenadas a ressarcir cofres públicos pela depredação das sedes dos Três Poderes.

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Sede do STF depredada com vidros quebrados, em primeiro plano, estátua da Justiça na Praça dos três Poderes
AGU avalia que houve uma articulação prévia para a convocação de atos não pacíficos e de tentativa de tomada de poder em 8 de janeiroFoto: Amanda Perobelli/REUTERS

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu nesta segunda-feira (13/02) à Justiça Federal em Brasília a condenação de 54 pessoas, além de três empresas, uma associação e um sindicato, a ressarcirem os cofres públicos em R$ 20,7 milhões pela depredação das sedes dos Três Poderes durante os atos golpistas do 8 de Janeiro.

A AGU ingressou com uma ação civil pública pedindo a conversão de uma medida cautelar que já havia bloqueado bens de suspeitos de financiar o transporte dos manifestantes até a capital federal em condenação definitiva e na obrigação de ressarcir os prejuízos. Trata-se do primeiro pedido de condenação definitiva resultante de investigações dos atos do 8 de Janeiro em Brasília.

O valor foi estipulado com base em dados apresentados pelo Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF), Câmara dos Deputados e Senado Federal, cujas sedes foram vandalizadas por bolsonaristas radicais.

As empresas citadas na ação da AGU são acusadas de financiar os atos de violência ou fornecer o transporte até a capital federal.

O órgão que representa juridicamente o governo federal avalia que houve uma articulação prévia para a convocação de atos não pacíficos e de tentativa de tomada de poder.

"Num regime democrático, como no sistema brasileiro, contraria os costumes da democracia e a boa-fé a convocação e financiamento de um movimento ou manifestação com intento de tomada do poder, situação essa que evidencia a ilicitude do evento ocorrido", sustentou a AGU

"Atos não pacíficos e de tomada de poder"

Segundo a AGU, os manifestantes "possuíam consciência de que o movimento em organização poderia ocasionar o evento tal como ocorrido [e isso] é reforçado quando cotejamos o verificado com os chamamentos/convocação para participarem do evento, quando já se fazia referência expressa a desígnios de atos não pacíficos (ou de duvidosa pacificidade) e de tomada de poder".

A Advocacia-Geral da União afirmou ser um ato ilícito quando indivíduos que têm direito à livre manifestação e reunião pacífica excedem "manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes".

Até o momento, a AGU já acionou 178 pessoas na Justiça e entrou com quatro ações civis contra os suspeitos de financiarem ou participarem da depredação das sedes dos Três Poderes.

A ação da AGU diz respeito somente ao ressarcimento de danos. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) fazem as investigações na esfera penal – o MPF já denunciou na esfera criminal mais de 450 pessoas pelo envolvimento nos atos golpistas. 

rc/bl (ots)