Adhemar quer voltar ao Brasil
21 de novembro de 2001"A minha família infelizmente não se adaptou e queremos retornar ao Brasil", explica o artilheiro da Copa João Havelange, o Brasileirão de 2000. O clima e as dificuldades de aprender alemão foram os principais fatores que influenciaram a decisão do atacante.
"O Stuttgart está no meu coração", ressaltou, para logo em seguida ponderar as suas prioridades. "Tenho que colocar três degraus na minha vida. Eu amo primeiro a Deus, amo a minha família e adoro o meu trabalho. Então eu não posso passar o meu trabalho na frente da minha família." Antes de vir para o Stuttgart, o paulistano de 29 anos jogava no São Caetano, time revelação do ano passado.
O diretor de esportes do clube alemão não se opõe à saída do brasileiro. "Desde que haja algum time disposto a pagar quatro milhões de marcos pelo passe, ele pode ir", destacou Rolf Rüssman. Como no Brasil o fim de temporada está com clima de fim de festa, os times ainda não decidiram a maioria das contratações para 2001. Há, porém, vários que podem interessar-se por Adhemar.
O Palmeiras consta da lista de possíveis compradores do passe, por estar organizando uma reestruturação em sua equipe. Grêmio e Flamengo também estão enumerados, pela necessidade de fortalecerem seus times para a Copa Libertadores. Nenhum dos candidatos, porém, é mais forte do que o São Caetano.
O atual líder do Campeonato Brasileiro tem razões práticas e emocionais para querer de volta seu filho pródigo. Com uma eventual conquista do Brasileirão o time também precisará investir para a Libertadores e no que depender do coração, Adhemar será o escolhido.
"Nós temos muito carinho por ele", derrete-se o técnico da equipe, Jair Picerni, para depois completar: "Eu acredito que o São Caetano deverá fazer um convite para ele." Com o contrato de treinador recém renovado por mais dois anos, Picerni terá tempo de sobra para trabalhar com Adhemar.
No momento, o brasileiro não está desempenhando papel de destaque na estratégia do técnico alemão Felix Magath. Na maioria das partidas, o atacante tem ficado no banco. Um destino que ninguém imaginava no começo do ano, quando o treinador ainda era Ralf Rangnick. Após marcar três gol no jogo de estréia na Alemanha, o brasileiro caíra nas graças da torcida. Apesar de só jogar metade da temporada, Adhemar fez sete gols, terminou como o goleador do Stuttgart e ajudou a salvar o time do rebaixamento.
Atualmente, a equipe está em oitavo lugar na Bundesliga. Adhemar não tem tido muitas oportunidades para se destacar. No momento, o goleador do time é o romeno Ganea que soma cinco gols, na temporada.