May: Brexit será votado até 12 de março
24 de fevereiro de 2019A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, prometeu neste domingo (24/02) aos parlamentares colocar em votação seu acordo para o Brexit até 12 de março, a apenas 17 dias do prazo para que o país deixe a União Europeia. Inicialmente, o acordo estava previsto para ser votado pelos parlamentares britânicos na próxima semana.
May ainda afirmou que negociadores britânicos devem retornar a Bruxelas, sede da UE, na terça-feira e que no mesmo dia ela fará um discurso na Câmara dos Comuns.
"A minha equipe vai voltar a Bruxelas na terça-feira. Consequentemente, não teremos uma votação relevante no parlamento esta semana, mas garantiremos que esta acontecerá até 12 de março. Ainda está ao nosso alcance sair da UE em 29 de março e é isso que planejamos fazer", afirmou a chefe do governo britânico.
Theresa May falou à imprensa britânica durante um voo que a levou até Sharm el-Sheikh, no Egito, onde hoje tem início a primeira reunião entre a EU e a Liga Árabe. Ela também afirmou que adiar a data de saída do Reino Unido do bloco comunitário, como defendem alguns membros do seu governo, "não resolve o problema" e que apenas adia "o momento de tomar uma decisão". "Vai sempre haver um ponto no qual teremos de decidir se aceitamos o acordo que negociámos ou não", sustentou.
Na sexta-feira, o jornal The Guardian noticiou que pelo menos 25 membros do governo estão dispostos a rebelar-se contra a chefe do governo e a votar a favor de um adiamento do Brexit a menos que Theresa May descarte um cenário de saída sem acordo.
O governo britânico precisa de uma maioria de votos no parlamento para ratificar um acordo que garanta uma saída ordenada do bloco europeu, mas o texto acordado com Bruxelas foi rejeitado em 15 de janeiro por uma margem de 230 votos, incluindo de 118 deputados do partido Conservador. Desde entao, May vem tentando renegociar o acordo com os europeus para torná-lo mais aceitável para os parlamentares britânicos, mas os líderes da UE tem se recusado a ceder.
O principal ponto de discórdia é o mecanismo de salvaguarda chamado "backstop”, que faz parte do acordo de saída e que tem como objetivo evitar a imposição de uma fronteira física entre a República da Irlanda, estado-membro da UE, e a Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido.
O backstop é contestado por vários parlamentares britânicos que temem que este mecanismo deixe o país indefinidamente numa união aduaneira com a UE. Esse deputados defendem que May a substituía o mecanismo por "disposições alternativas", uma hipótese rejeitada pelos líderes europeus que negociaram o acordo.
JPS/lusa/afp
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