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Academia de Hollywood expulsa Harvey Weinstein

14 de outubro de 2017

Conselho da organização responsável pelo Oscar afirma que "era da ignorância deliberada e da cumplicidade vergonhosa" com os crimes sexuais na indústria do cinema terminou. Produtor foi acusado por dezenas de mulheres.

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Harvey Weinstein
Expulsão de Weinstein representa uma importante mudança de rumo na AcademiaFoto: Imago/Future Image/D. Van Tine

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood expulsou neste sábado (14/10) o produtor Harvey Weinstein devido às acusações de assédio sexual, abuso sexual e estupro contra ele, feitas por várias mulheres. O conselho de direção da Academia afirmou ter decidido enviar ao mundo a mensagem de que "a era da ignorância deliberada e da cumplicidade vergonhosa" com os crimes sexuais terminou.

Os 54 membros do conselho da Academia realizaram uma reunião urgente na sua sede de Los Angeles para decidir que medidas tomariam em relação a Weinstein e anunciaram sua decisão em um duro comunicado, no qual se dirigem a toda a indústria cinematográfica.

"Fazemos isso não só para nos afastar de alguém que não merece o respeito dos seus colegas, mas também para enviar a mensagem de que a era da ignorância deliberada e da cumplicidade vergonhosa com o comportamento sexual predatório e o assédio no local de trabalho acabou na nossa indústria", diz o comunicado.

"O que está em questão aqui é um problema profundamente inquietante que não tem espaço na nossa sociedade", acrescentam os membros do conselho da Academia, instituição encarregada do Oscar e da qual fazem parte ícones do cinema, como Tom Hanks, Whoopi Goldberg e Steven Spielberg.

Segundo a nota, os membros fizeram uma votação e, com uma maioria que superava os dois terços necessários, decidiram expulsar Weinstein de maneira imediata da Academia de Hollywood, onde os artistas são membros por toda a vida.

Por meio de uma assessora, Weinstein negou as acusações de assédio sexual, abuso sexual e estupro e repetiu que todo contato sexual que já teve foi consensual.

A expulsão de Weinstein representa uma importante mudança de rumo na Academia, que durante anos defendeu que os êxitos profissionais estavam separados dos escândalos e, por isso, havia rejeitado, por exemplo, expulsar o comediante Bill Cosby, acusado de abusos sexuais por 60 mulheres.

A Academia tampouco expulsou o produtor franco-polonês Roman Polanski, acusado de abusar de menores, e tampouco reprimiu o ator e diretor Mel Gibson, que em 2006, embriagado, proferiu duros comentários contra os judeus e em 2010 agrediu a esposa.

O escândalo de Weinstein explodiu no início de outubro, quando o jornal The New York Times e a revista The New Yorker revelaram o histórico de assédios sexuais cometidos durante décadas por um dos produtores mais conhecidos e poderosos de Hollywood. Desde então, a lista de atrizes e modelos que sofreram assédio sexual de Weinstein não parou de crescer e já chega a 40 nomes.

AS/efe/rtr