1907: Nascia a atriz e cantora Zarah Leander
A estrela mais brilhante da época de Hitler, verdadeira marca registrada do filme alemão, foi uma sueca: Zarah Leander. Ninguém teve tanta fama, tanto sucesso, ninguém ganhava cachês tão altos quanto a diva com grave e sensual voz de contralto.
Zarah Leander (seu nome de batismo foi Sara Stina Hedberg) nasceu em 15 de março de 1907 na sueca Karlstad. Iniciou a carreira artística no teatro de revista, ainda na Suécia, onde participou de seu primeiro filme. Mas só chamou a atenção do grande público depois da mudança para a Áustria. O sucesso como protagonista no policial Première, em 1936, lhe valeu um contrato da Universum Film AG (UFA), que tinha a intenção de fazer dela uma concorrente de Marlene Dietrich e Greta Garbo.
Logo a estrela passou a servir à máquina de propaganda de Joseph Goebbels, embora seu tipo de mulher não correspondesse ao idealizado pelos nazistas. Ela interpretava canções frívolas com sua voz rouca: "O amor pode ser pecado?", "Por que uma mulher não pode ter um caso?", questionava. Representava a mulher forte, independente, e que por isso mesmo não tinha um destino fácil.
Artista alheia à política
Ela já havia completado 30 anos quando veio a consagração definitiva, com o lançamento, em 18 de dezembro de 1937, do filme La Habanera, de Douglas Sirk, no qual interpreta uma sueca em Porto Rico.
Sem ser nazista, Zarah Leander serviu ao regime, com seus filmes melodramáticos e as canções que transmitiam esperança em meio ao desespero da guerra. Durante certo tempo, ela manteve a confiança de ser vista apenas como artista, alheia à política. Mas, em 1943, recusou a nacionalidade alemã que lhe queriam impor, rompeu com a UFA e voltou para a Suécia.
Turnê pela América do Sul
Seguiram-se anos em que esteve proibida de se apresentar nos palcos de sua pátria, da Alemanha e da Áustria. Realizou sua primeira turnê após a guerra só em 1949, interpretou papéis de menor importância, retornou à Alemanha em 1957. Uma turnê por várias partes do mundo, em 1960, levou-a também à América do Sul.
A popularidade de Zarah Leander na Alemanha, nas décadas seguintes, baseava-se ainda no sucesso das décadas de 1930 e 40. Suas apresentações nos palcos internacionais nunca mais alcançaram o mesmo êxito de então.
Quando a diva morreu, em 23 de junho de 1981, em Estocolmo, um crítico escreveu a seu respeito: "O leitmotiv de sua vida foi a sujeição à força do destino. Uma heroína da renúncia, uma deusa da submissão..."
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